Conflito na Som�lia amea�a ajuda aos refugiados da fome
Refugiados somalis, pressionados pela fome e a guerra civil, fizeram um apelo �s entidades internacionais de ajuda para acelerarem a distribui��o dos suprimentos emergenciais de alimentos, prejudicada pelos pesados combates na capital, Mogad�cio.
Centenas de somalis atingidos pela seca seguem todos os dias para acampamentos dentro e fora da cidade transformada em um amontoado de entulhos, e entram em uma zona de guerra, num desafio �s ordens dos militantes isl�micos -- que controlam boa parte das �reas mais afetadas - para que permane�am onde est�o.
O in�cio do m�s mu�ulmano sagrado do Ramad�, dois dias atr�s, coincidiu com um salto nas amea�as de atentados suicidas por parte do movimento rebelde al Shabaab, afiliado � rede Al Qaeda e que empreende h� quatro anos um levante contra o governo da Som�lia, que considera um fantoche do Ocidente.
Os funcion�rios da ONU em Mogad�cio disseram estar evitando no momento sair do per�metro fortemente protegido do aeroporto e, por isso, precisam confiar em equipes locais para a entrega urgente de comida e barracas.
"M�dicos locais vieram nos ver esta manh� e disseram que dois dos meus filhos est�o subnutridos e an�micos. Recebemos comida que s� d� para alguns dias, mas n�o temos nenhum abrigo, nem mesmo pl�sticos", disse Hawa Omar, que tem sete filhos e est� perto do aeroporto.
Omar falou � Reuters em um acampamento provis�rio que agora abriga cerca de 4 mil refugiados rec�m-chegados, a aproximadamente 10 quil�metros das frentes de batalha onde for�as do governo enfrentam diariamente os rebeldes.
Origin�ria da regi�o da Baixa Shabelle, no sul da Som�lia, epicentro da fome, Omar � uma das v�rias pessoas do acampamento que disseram n�o ter recebido nenhuma ajuda das ag�ncias internacionais, somente de moradores locais.
Pesadas chuvas nos �ltimos dias tamb�m castigaram a cidade, agravando a mis�ria dos enfraquecidos refugiados.
Cerca de 400 mil refugiados somalis - quase 5% de toda a popula��o do pa�s - est�o acampados em Mogad�cio e �reas ao redor. Perto de 100 mil pessoas chegaram somente em junho e julho, segundo a ONU.
A ag�ncia da ONU para os refugiados, a Acnur, informou ter conseguido distribuir ajuda por meio de redes locais de aux�lio, mas reconhece que seu trabalho com rec�m-chegados teve o ritmo diminu�do por causa do in�cio da ofensiva dos rebeldes, segundo o porta-voz Andy Needham, que falou � Reuters em Nair�bi.
Seca, conflito e falta de ajuda alimentar deixaram 3,6 milh�es de pessoas sob o risco da fome no sul da Som�lia. No total, mais de 12 milh�es de pessoas no chifre da �frica est�o sentindo os efeitos da estiagem, a pior em 60 anos.
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