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Perda de grãos no RS chega a 2,5 milhões de toneladas, diz Conab

Quebra na safra de arroz no estado é de 393 mil toneladas; produção soma 7,1 milhões

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São Paulo

As perdas de cereais provocadas pelas catástrofes climáticas no Rio Grande do Sul somaram 2,5 milhões de toneladas no estado, conforme dados divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) nesta quinta-feira (13).

Na estimativa de abril, antes das enchentes, o órgão governamental avaliava a safra total de grãos dos gaúchos em 40,1 milhões de toneladas. A estimativa atual indica 37,6 milhões.

As perdas no arroz, o principal ponto de discussão no país no momento devido à importância do Rio Grande do Sul e dos leilões de importação do cereal, somam 393 mil toneladas.

Lavoura de arroz do MST em Viamão, no Rio Grande do Sul
Lavoura de arroz do MST em Viamão, no Rio Grande do Sul - Divulgação-10.Mai.24/MST-RS

As novas estimativas de produção para o estado são de 7,08 milhões, apenas 5% menor do que o previsto em abril. A safra total nacional de arroz será de 10,4 milhões de toneladas, ainda acima dos 10 milhões do ano passado.

Com essa nova estimativa da Conab, o governo terá de reavaliar a intenção de importar até 1 milhão de toneladas. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam um volume de quebra ainda menor, de 121 mil toneladas durante as enchentes.

Pelas contas do IBGE, a safra nacional de arroz será de 10,5 milhões de toneladas, também acima do volume do ano passado, que ficou em 10,3 milhões, segundo seus cálculos.

O governo terá de reavaliar o volume de importação para não trazer um excesso de arroz para o mercado, mas as perdas, restritas conforme os novos números, não justificam a forte aceleração dos preços vindos de produtores e de indústrias nas últimas semanas.

No início de abril, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a saca de arroz estava cotada em R$ 99 no Rio Grande do Sul. Com a enchente, o cereal chegou a acumular aumento de 23% no estado, o que fez o governo promover os leilões de compra externa. O primeiro foi adiado, e o segundo, após realizado, foi cancelado. Os preços internos do cereal já estão cedendo.

Em uma atípica divulgação dos dados de safra neste mês, sem a presença da direção da entidade e de representante do Ministério da Agricultura, ao contrário do que ocorre todos os meses, a Conab apontou uma quebra de 1,7 milhão de toneladas na safra de soja gaúcha, agora estimada em 20,2 milhões de toneladas.

A quebra na produção de milho é de 216 mil toneladas, e a de trigo fica 192 mil a menos. Esses números comparam os dados divulgados em abril, antes das enchentes, com os deste mês.

No quadro de oferta e demanda, o governo terá de ajustar os dados do arroz. A Conab ainda considera a importação de 2,2 milhões de toneladas na safra 2023/24, um volume 53% superior ao do período 2022/23.

No mês passado, diante da aceleração dos preços internos, o governo elevou em 750 mil toneladas as estimativas de compra externa do cereal, em relação ao que previa em abril.

Conab e IBGE divulgaram os dados totais estimados para a safra 2023/24. Se os números da Conab se confirmarem, a produção brasileira de grãos recua para 297,5 milhões de toneladas, 22,3 milhões a menos do que no período anterior.

Já os números do IBGE indicam uma safra de 297 milhões de toneladas, 19 milhões a menos do que em 2022/23. A redução da safra ocorre devido aos efeitos climáticos nas principais regiões produtoras do país.

Os números de soja e de milho, os dois principais produtos da pauta de produção de grãos no Brasil, foram reavaliados. A produção de soja fica próxima de 147 milhões de toneladas, segundo as duas entidades, e a de milho, em 114 milhões.

O algodão, com aumento de área plantada, elevação de preços e boa demanda externa, continua sendo um dos destaques neste ano.

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