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Petrobras diz que câmbio e paradas para manutenção afetaram lucro do primeiro trimestre

Resultado da empresa foi 38% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior

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Rio de Janeiro

A direção da Petrobras afirmou nesta terça-feira (14) que a desvalorização cambial e paradas para manutenção em plataformas e refinarias tiveram grande peso no desempenho da companhia no primeiro trimestre, quando o lucro caiu 38% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado. Relatórios divulgados por analista nesta terça apontam a queda na receita e no lucro, mas dizem que a empresa apresentou ainda indicadores financeiros sólidos.

Logotipo da Petrobras na sede da companhia, no centro do Rio de Janeiro. - REUTERS

No trimestre, a empresa lucrou R$ 23,7 bilhões. A receita da empresa caiu 15,4%, para R$ 117,7 bilhões, e o Ebitda, indicador que mede a geração de caixa de uma empresa, recuou 17,2%, para R$ 60 bilhões. Pelo resultado, a Petrobras anunciou R$ 13,4 bilhões em dividendos.

O diretor financeiro da empresa, Sergio Caetano Leite, disse em teleconferência com analistas que apenas a desvalorização do real frente ao dólar impactou negativamente o lucro em cerca de R$ 11 bilhões, diante dos efeitos sobre o resultado financeiro da companhia.

Ele afirmou também que a empresa aproveitou um trimestre sazonalmente fraco em vendas para realizar manutenções em plataformas e refinarias, o que reduziu a produção de petróleo e combustíveis.

"O primeiro trimestre foi afetado por decisões estratégicas importantes, como paradas de manutenção nos parques de refino necessárias, são paradas [para manutenção] que vinham sendo adiadas na gestão passada", afirmou.

A empresa afirmou ainda que o cenário não se repetirá nos próximos trimestres e que mantém seus planos de crescimento da produção de petróleo nos próximos anos. Em 2024, está prevista a entrada de uma nova plataforma. Em 2025, serão novas quatro.

A companhia foi questionada sobre a falta de repasses aos preços da gasolina e do diesel, que estão sem ajustes em 2024. Em média, a Petrobras vendeu sua cesta de combustíveis a R$ 476,14 por barril, 16,3% abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior.

Leite afirmou que sua estratégia comercial avalia também a competição com outros combustíveis e que, este ano, o etanol tem sido mais competitivo do que a gasolina e o diesel vem sofrendo concorrência de importações russas.

Mesmo com as elevadas defasagens, afirmou o executivo, a Petrobras "permanece lucrando" com a venda de combustíveis. A área de abastecimento da estatal teve lucro de R$ 3,8 bilhões, queda de 38% em relação aos três primeiros meses de 2023.

O diretor financeiro da Petrobras defendeu que, apesar do resultado, a estatal permanece garantindo aos investidores retornos acima da média do mercado e deve ser encarada como uma tese de investimento de longo prazo.

"Se considerarmos um período de dez anos, a média de valor das majors [maiores petroleiras do mundo] regrediu 5%, mas a Petrobras cresceu 22%", afirmou.

A Petrobras viveu nas últimas semanas um período turbulento após a retenção dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2024 (depois revista), que derrubou seu valor de mercado e quase culminou na demissão de seu presidente, Jean Paul Prates.

O presidente Lula decidiu recuar e aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, como havia sugerido a empresa inicialmente, e Prates ganhou sobrevida no cargo. As ações da empresa reagiram e recuperaram as perdas durante a crise.

Leite afirmou que a distribuição dos outros 50% será reavaliada até o final do ano, conforme determinado pelo governo.

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