UE chega a acordo para barrar produtos resultantes de trabalho forçado

Medida ainda precisa ser aprovada no plenário do Parlamento e pelo Conselho Europeu

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Bruxelas (Bélgica) | AFP

Representantes do Parlamento Europeu e dos países da UE (União Europeia) chegaram a um acordo político nesta terça-feira (5) para barrar do mercado do continente os produtos resultados de trabalho forçado.

Segundo o acordo alcançado, os países e a Comissão Europeia —o braço executivo da UE— devem iniciar investigações em caso de suspeita de trabalho forçado nas cadeias de abastecimento.

Trabalhador resgatado em situação análoga à escravidão
Trabalhador resgatado em situação análoga à escravidão, em Minas Gerais, em 2022 - Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Caso esses casos sejam comprovados, os produtos em questão serão apreendidos nas fronteiras e retirados do mercado europeu.

O plano inclui a aplicação de multas a empresas que violem essa legislação e o retorno de produtos vetados no mercado se as companhias responsáveis eliminarem o trabalho forçado de suas cadeias.

O acordo político ainda deve ser aprovado formalmente pela plenária do Parlamento Europeu e pelo Conselho da Europa, que representa os países do bloco.

"A prevalência de produtos de trabalho forçado em nosso mercado é cada vez mais evidente, particularmente o trabalho forçado uigur" na China, disse a eurodeputada socialista Maria Manuel Leitão Marques, corelatora do texto.

Esta situação, acrescentou a legisladora, "é inaceitável". "Já não podemos fechar os olhos ao que acontece nas nossas cadeias de abastecimento", avaliou.

Uma lei adotada em 2021 pelo Congresso dos EUA proíbe a importação de produtos da região chinesa de Xinjiang, a menos que as empresas demonstrem que não se beneficiaram do trabalho forçado, especialmente da minoria uigur.

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), cerca de 27,6 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho forçado, incluindo cerca de 3,3 milhões de crianças.

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