O CEO do grupo de mídia Vice, Bruce Dixon, informou a funcionários que a empresa demitirá centenas de empregados e vai interromper as publicações em sua versão digital.
A Vice enfrenta uma crise nos últimos anos, já realizou outros cortes e tem atualmente mais de 900 funcionários. De acordo com o memorando enviado aos funcionários nesta quinta-feira (22), o grupo deve fazer a redução na próxima semana.
A decisão diminui o colosso digital que se estendia pelo mundo a uma sombra do que era antes. Nos últimos cinco anos, a Vice teve demissões quase anuais e perdas crescentes, e entrou em falência, tornando-se o exemplo da indústria de mídia digital em crise.
Quando a Vice saiu da falência no ano passado, alguns observadores esperavam que seus novos proprietários —um consórcio liderado pela empresa de investimentos Fortress Investment Group— reinvestissem para fazer a empresa crescer.
Em vez disso, a Fortress decidiu fazer cortes drásticos, como parte de uma tentativa de conter o fluxo interminável de prejuízos. A empresa planeja informar os funcionários sobre sua nova estratégia de negócios na próxima semana.
Dixon disse no memorando, que foi visto pelo The New York Times, que a empresa não publicará mais no Vice.com. "Enquanto navegamos pelo cenário de negócios em constante evolução, precisamos nos adaptar e alinhar melhor nossas estratégias para sermos mais competitivos a longo prazo", escreveu o CEO.
Ele também informou que a Vice está em negociações avançadas para vender a Refinery29, a divisão de publicação focada em mulheres da empresa.
As demissões ocorrem em meio uma série de notícias ruins para toda a indústria de mídia. No último ano, quase todos os principais veículos de notícias nos EUA, incluindo The Wall Street Journal, The Washington Post, Vox Media e Los Angeles Times, fizeram cortes em suas operações. O tráfego na web para organizações de notícias diminuiu, à medida que os usuários passam tempo com formas de mídia não tradicionais, como TikTok e Instagram.
Fundada há mais de duas décadas como uma revista punk no Canadá, a Vice surfou em uma onda crescente de investimentos de pesos pesados da mídia como A&E Networks, Walt Disney e a empresa de private equity TPG para uma avaliação de US$ 5,7 bilhões. Mas a empresa sofreu uma reversão dramática de fortuna e lutou para corresponder à sua avaliação impressionante à medida que o mercado de mídia digital desabava, deixando seus financiadores e funcionários sem retorno sobre seu investimento.
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