Esther Dweck diz que pode haver greve de servidores 'em breve'

Em live Conversa com o Presidente, ministra afirmou, em tom de brincadeira, que Lula estimulou pressão de trabalhadores

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Brasília

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta terça-feira (5) que existe a possibilidade em breve de algumas greves dos trabalhadores da administração pública federal.

Ela ainda acrescentou, em tom de brincadeira, que essa pressão foi estimulada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem dito para trabalhadores e movimentos sociais reivindicaram seus direitos.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck - Pedro Ladeira - 13 fev. 2023/Folhapress

Esther Dweck participou na manhã desta terça-feira (5) da transmissão ao vivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais, o Conversa com o Presidente.

A transmissão foi feita a partir de Berlim, na Alemanha. O país europeu é a última parada da viagem internacional que Lula iniciou na semana passada. Ele passou por Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, onde participou da COP 28.

Em determinado momento da transmissão, Lula brincou com a ministra que tem ouvido recentemente que haverá umas "grevezinhas" na administração pública federal.

"Eu ouço, de vez em quando, as pessoas falarem: 'Ô Lula, a Esther está te contando? Vai ter umas grevezinhas lá contra ela'. Me conta, o que vai acontecer?", questionou o presidente.

A ministra então respondeu que "não é fake news nesse caso". Ressaltou então que os servidores públicos ficaram seis anos sem diálogos para reajuste salarial, mas que agora o governo atual negocia de forma democrática com os trabalhadores.

"E a gente precisou retomar esse diálogo com os trabalhadores. E aí, toda vez que a gente retoma o diálogo, as expectativas aumentam também. Eles sabem que, no nosso governo, a gente lida de forma democrática, dialogando com eles, e aí eles fazem a pressão deles", afirmou a ministra, acrescentando na sequência, com um leve sorriso, que o próprio Lula estimula essa pressão.

"O senhor estimulou todo mundo a fazer pressão. O senhor disse para todos os movimentos sociais, trabalhadores, que eles deviam pedir. Então, claro, eles se animam para pedir. Então claro, pode ser que tenha alguma greve porque obviamente, o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad está aqui, o ministro [da Casa Civil] Rui [Costa], a gente tem discutido um espaço orçamentário para isso", acrescentou.

Esther ainda afirmou que o espaço orçamentário existente "não é tão grande", mas que há um diálogo com as categorias.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu um reajuste linear de 9% para servidores públicos federais em 2023. Agora, diversas categorias se movimentam para garantir aumentos a partir do ano que vem.

Os policiais federais criticaram neste ano o governo após o cancelamento de uma reunião para tratar de reajustes. O documento assinado por representantes de delegados, peritos, agentes e servidores administrativos da Polícia Federal falou em "indignação com a postura morosa" e "letargia" do governo federal na discussão sobre a reestruturação salarial para os policiais.

Além disso, o sindicato dos funcionários do Banco Central intensificou uma operação-padrão gerada "pela falta de compromisso do governo em negociar". De acordo com os servidores, o movimento causa atrasos na implementação das próximas etapas do Pix e retrocesso no Drex (o real digital).

Os servidores do BC afirmam que o Ministério da Gestão se negou a propor uma data para apresentar uma contraproposta na mesa de negociação com o sindicato. Os servidores exigem a criação de uma retribuição por produtividade, ensino superior para o cargo de técnico do BC e a alteração do nome do cargo de analista para auditor.

A avaliação das entidades que representam os servidores é que o Judiciário e o Legislativo, além do Ministério Público da União (MPU) e da Defensoria Pública da União (DPU), já têm reajustes garantidos em lei de 6% em 2024 e 6% em 2025. Mas que no Executivo federal ainda não há sinalizações do governo sobre o que vai ser decidido.

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