A General Motors começará nesta sexta-feira o lançamento na Europa de uma linha totalmente elétrica liderada pela sua marca Cadillac. O evento ocorre seis anos depois que a montadora americana vendeu suas marcas populares na região.
A empresa disse que irá lançar os modelos gradualmente, começando com as vendas na Suíça a partir de sexta-feira e se expandindo para Suécia e França em breve, com o objetivo de atingir outros mercados nos próximos dois anos.
A iniciativa ajuda a GM a aumentar a sua participação no mercado de carros elétricos, mas coloca a marca de luxo da empresa - que perdeu participação de mercado para rivais alemães nos EUA - contra marcas locais, como BMW e Mercedes-Benz, que possuem lealdade do cliente.
O primeiro modelo a ser vendido será o Lyriq, o primeiro elétrico da Cadillac, e a linha será ampliada no futuro para outros modelos e potencialmente outras marcas. O Lyriq, que é vendido nos EUA por US$ 58 mil (cerca de R$ 300 mil), começará a partir de 85 mil euros (cerca de R$ 453 mil).
Historicamente, a GM enfrenta dificuldades na Europa. Ela acabou com as vendas no continente da Chevrolet em 2016. Um ano depois, vendeu as marcas Opel e Vauxhall, que davam prejuízo, para a PSA, que agora é de propriedade da Stellantis, dona da Chrysler, após quase duas décadas sem conseguir obter lucro na Europa.
Embora a empresa nunca tenha parado oficialmente de vender alguns Cadillacs a gasolina ou o esportivo Corvette na região, as vendas haviam diminuído para apenas alguns veículos.
Na quinta-feira (5), a GM anunciou que seu negócio será "totalmente elétrico" na região no futuro, e qualquer "demanda de nicho" por modelos antigos será atendida por "distribuidores independentes".
A Europa é um centro de vendas de veículos elétricos, liderado por mercados como a Noruega, e a GM acredita que competir na região ajudará a entender como aumentar as vendas nos EUA e na China, seus dois maiores mercados.
A iniciativa também permite que a empresa teste as vendas exclusivamente online, algo que seria difícil de oferecer nos EUA devido às leis sobre o uso de concessionárias.
Mas, além de ser o lar do maior número de marcas de automóveis premium e de luxo, a Europa também atraiu um punhado de fabricantes chineses que desejam entrar no mercado com veículos elétricos, tornando-o um dos mais competitivos do mundo.
O plano da GM é focar no segmento premium do mercado, onde os clientes têm mais renda disponível e estão dispostos a pagar por veículos elétricos caros.
A empresa abrirá um "centro de experiência" em Zurique, mas atenderá todos os pedidos dos clientes de forma online.
Jaclyn McQuaid, diretora-gerente da GM para a Europa, disse que o "design arrojado do carro se destaca em relação a outros carros da categoria de veículos premium, tornando-o a escolha certa para o mercado europeu".
A GM vendeu pouco mais de 17 mil veículos elétricos nos EUA no terceiro trimestre, em comparação com pouco menos de 21 mil da rival Ford. A maioria das vendas da GM veio do seu elétrico Chevrolet Bolt, mas a empresa também começou a entregar o utilitário esportivo elétrico Chevrolet Blazer aos clientes no trimestre.
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