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Saraiva demite todos os funcionários e já não abre loja em São Paulo nesta quinta

Rede está em recuperação judicial desde novembro de 2018, quando apresentou dívida de R$ 675 milhões

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São Paulo

A rede de livrarias Saraiva, que está em processo de recuperação judicial desde 2018, demitiu o restante de seu corpo de funcionários nesta quarta-feira (20). Na manhã de quinta-feira (21), uma loja da empresa na região central de São Paulo já não abriu as portas às 9h, como habitualmente fazia. Hoje, a Saraiva tem cinco lojas físicas em todo o país.

Os cerca de 150 colaboradores dispensados estavam distribuídos entre as áreas administrativas, na sede da companhia, e as cinco lojas físicas restantes no país. A informação foi publicada pelo site PublishNews e confirmada pela Folha. Procurada pela reportagem, a Saraiva não se pronunciou oficialmente.

Com as demissões, a operação da empresa deve ficar comprometida, com as unidades físicas e o site saraiva.com possivelmente inoperantes a partir desta quinta-feira (21), de acordo com uma pessoa diretamente envolvida no processo.

Loja fechada da livraria Saraiva, na Praça de Sé, em São Paulo
Loja fechada da livraria Saraiva, na Praça de Sé, em São Paulo - Zanone Fraissat / Folhapress

A Saraiva tem hoje cinco lojas físicas, sendo quatro no estado de São Paulo e uma em Campo Grande (MS).

Na cidade de São Paulo restam duas —no Shopping Aricanduva, zona leste, e na Praça da Sé, no centro, que não abriu as portas às 9h desta quinta-feira, como era o costume. Há também uma unidade em Ribeirão Preto e outra em Jundiaí.

De acordo com o último balanço financeiro da empresa, referente ao segundo trimestre deste ano, a receita líquida de lojas físicas no período foi de R$ 7,2 milhões —o que representa uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No site, as vendas líquidas foram de R$ 100 mil, uma queda de 78,6% em relação ao segundo trimestre de 2022. No período, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 16,1 milhões.

No início desta semana, dois membros do conselho renunciaram às posições acusando a existência de uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente.

"A Companhia se encontra em recuperação judicial e com situação complexa frente ao cenário econômico do varejo brasileiro. Como já apresentado em fatos relevantes a atividade da Companhia reduziu-se expressivamente e, infelizmente, alguns pagamentos, inclusive o de Conselheiros, estão atrasados, o que, provavelmente irá gerar outras renúncias de conselheiros eleitos", disse a empresa em fato relevante publicado na terça (19).

A história da recuperação judicial da Saraiva se estende desde novembro de 2018, quando apresentava dívida de cerca de R$ 675 milhões.

A situação financeira da Saraiva foi agravada com a pandemia. Tanto ela quanto a Livraria Cultura enfrentaram quedas de faturamento e precisaram encerrar as atividades de várias filiais.

Em abril de 2020, a Saraiva demitiu 500 funcionários, depois de negociações com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

Em 2021, o leilão que a rede abriu com o objetivo de vender parte de suas operações não atraiu nenhum comprador habilitado. O movimento era parte do acordo de recuperação judicial da empresa, que já ostentou o posto de maior varejista de livros do Brasil.

Erramos: o texto foi alterado

Uma das lojas físicas restantes da Saraiva estava localizada em Ribeirão Preto e não em Santo André, como afirmava versão anterior deste texto.

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