Brasil se torna membro do ITF, órgão sobre transportes da OCDE

Fórum atua como um think tank para discutir experiências e políticas para o setor

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Leipzig (Alemanha)

O ITF (Fórum Internacional dos Transportes, na sigla em inglês) anunciou o Brasil como novo membro da organização nesta quinta-feira (25).

Vinculado à OCDE —entidade conhecida como grupo dos países ricos—, o ITF atua como uma plataforma para temas relacionados ao transporte, por meio da qual os países compartilham experiências e discutem políticas para o setor.

O anúncio foi feito durante o encontro anual do fórum, que acontece em Leipzig, na Alemanha, e contou com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho.

Homens de terno posam para foto segurando envelope marrom com listras verde e amarela
Young Tae Kim, secretário-geral do ITF, recebe presente de Renan Filho, ministro dos Transportes, após Brasil ser anunciado como novo membro do ITF, durante evento em Leipzig, na Alemanha - Uta Wagner - 25.mai.23/Divulgação ITF

Com a admissão, o Brasil se torna o 65º membro do ITF, e o sexto país latinoamericano a integrar o órgão, ao lado de Argentina, Chile, Colômbia, México e Costa Rica —que também foi aceita pelo conselho do grupo nesta quinta.

Em discurso em inglês, Renan Filho disse que o anúncio representa um marco para o futuro do transporte brasileiro. "O Brasil está de volta ao mundo, com as portas abertas ao diálogo e disposto a fazer a diferença na construção de uma agenda que promova as mudanças econômicas e sociais que o planeta precisa."

Segundo ele, a entrada do Brasil no ITF também tem um efeito simbólico, dado o isolamento que o país enfrentou nos últimos anos perante à comunidade internacional.

Renan Filho ainda destacou que o Brasil tem um plano integrado de logística em desenvolvimento e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu investir cerca de R$ 23 bilhões em infraestrutura em 2023.

"Temos condições e determinação para estabelecer novos parâmetros e subir de patamar, após o verdadeiro apagão de recursos que colocou o Brasil entre os países que menos investem no setor", afirmou. "Faremos neste primeiro ano, concessões de iniciativas à iniciativa privada, somando mais de 15 bilhões de euros em investimentos."

O ministro também mencionou desafios que o país enfrenta no setor de transportes, como a grande dependência do modal rodoviário para transporte de cargas.

Após o anúncio, Renan Filho afirmou que esses desafios serão discutidos junto ao ITF, e que o Brasil vai trabalhar para propor soluções de baixo carbono e ampliar as redes ferroviárias no país.

"Esse já é um plano prioritário no nosso plano nacional de logística", disse. "Agora, com o trabalho mais próximo ao ITF, nós vamos buscar as melhores experiências internacionais para promover isso com a maior brevidade possível", acrescentou.

Sobre o pacote de investimentos de R$ 23 bilhões, o titular dos Transportes disse que a prioridade é não permitir nenhuma obra parada.

Young Tae Kim, secretário-geral do ITF, disse que o órgão recebe o Brasil de braços abertos, acrescentando que o país traz uma riqueza de conhecimento que beneficiará todos os membros.

"O Brasil deu ao mundo o BRT; tem o segundo maior número de aeroportos do mundo, o segundo porto mais movimentado da América Latina [Santos] e abriga a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo [Embraer]", elencou.

"Estou ansioso para trabalhar com Renan Filho e sua equipe para melhorar o transporte no Brasil", concluiu.

O repórter viajou a convite do ITF

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