A Vale registrou lucro de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre de 2023, resultado 51,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando a cotação do minério de ferro disparou após o início da Guerra na Ucrânia.
O preço de referência para a venda do principal produto da mineradora caiu 11% na comparação entre os trimestres. A empresa também enfrentou queda nas vendas, diante de restrições climáticas para embarques de minério.
No texto que acompanha o balanço financeiro, o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, disse que, apesar do cenário, "permanecemos confiante em nossa habilidade para alcançar nossas metas para 2023".
"Enquanto a indústria de mineração enfrenta constantes pressões inflacionárias, continuamos focados em eficiência de custos e ganhos de produtividade", completou.
No trimestre, a Vale produziu 66,8 milhões de toneladas de minério de ferro, volume 6% superior ao realizado no primeiro trimestre de 2022, beneficiada por melhor desempenho da mina S11D, no Pará, e melhores condições climáticas em Minas Gerais.
A produção de cobre da companhia subiu 18,4%, com a evolução das operações na mina de Salobo, também no Pará, e a produção de níquel caiu 10,5% devido ao projeto de mudanças operacionais na mina de Voisey's Bay, no Canadá.
A empresa vendeu 10,6% menos finos de minério, seu principal produto, com um preço médio de US$ 108,6 por tonelada, 23,2% inferior ao praticado no primeiro trimestre de 2022. Houve queda de preços em quase todos os produtos vendidos pela companhia, menos do níquel, que subiu 13,8%.
Com menores vendas e preços, a receita da Vale no primeiro trimestre caiu 30,1%, para R$ 43,8 bilhões. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, caiu 23,6%, para R$ 18,5 bilhões.
A Vale fechou o trimestre com dívida líquida de US$ 14,4 bilhões (cerca de R$ 73 bilhões, pela cotação atual), quase no centro de sua meta de endividamento.
A empresa disse que avançou na gestão de suas barragens de rejeitos. Em abril, afirma, duas estruturas receberam declaração de condições de estabilidade, deixando de serem classificadas como nível de emergência.
"Desde 2022, conseguimos retirar com sucesso os protocolos de nível de emergência para dez estruturas. Continuamos fortemente comprometidos com a construção de uma companhia mais segura e confiável, ao mesmo tempo em que entregamos valor a nossos acionistas", disse Bartolomeo.
Em março, a Vale anunciou que pagará US$ 55,9 milhões (R$ 289 milhões) à SEC, a comissão de valores dos Estados Unidos, para encerrar uma ação movida pelo órgão após o rompimento da barragem da companhia em Brumadinho, Minas Gerais.
"Além disso, a SEC não se oporá à moção da Vale para rejeitar todas as alegações de que a companhia agiu com intenção fraudulenta ou imprudente em relação às suas divulgações", afirmou a companhia, citando que mantém o compromisso de reparar os danos causados pelo rompimento da barragem em 2019.
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