A guarda ambiental de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, afirma ter encontrado um homem de 51 anos em situação análoga à escravidão em um criadouro de porcos nesta segunda-feira (27).
Ele afirmou que cuidava dos animais em troca de moradia, sem receber remuneração. Ele vivia em um ambiente insalubre há quase dois anos, sendo obrigado a comer a mesma lavagem que dava aos porcos, segundo seu relato.
O caso aconteceu em Carlos Sampaio. Segundo a Polícia Civil, o dono do terreno foi preso em flagrante por suspeita de crime de redução a condição análoga à de escravo. A corporação não divulgou o nome do suspeito, nem se foi constituída defesa. O caso é investigado pela 58ª DP (Posse).
O homem foi localizado pela guarda ambiental após uma denúncia anônima. Os guardas o encontraram dormindo em cima de um colchão velho que estava armado sobre três engradados plásticos, numa espécie de cama improvisada, afirma a polícia.
Aos agentes, ele disse que era pedreiro, mas passou por um problema de saúde e ficou sem trabalhar, e por isso tornou-se morador de rua. Ele tem hipertensão, sinusite e uma ferida na perna que não consegue curar, disse à polícia. Por isso, teria aceitado cuidar dos porcos em troca de abrigo.
O homem disse não saber que estava sendo explorado e que o dono da propriedade não havia lhe prometido nada.
Segundo seu relato, ele vivia em condições precárias de higiene, sem banheiro nem espaço adequado para dormir. O homem também afirmou que não tinha acesso à água potável e precisava se alimentar da mesma lavagem servida aos porcos.
O terreno foi interditado após ser constatada uma série de irregularidades. Entre as infrações observadas, segundo a polícia, estão: poluição do solo, contaminação de rio e maus tratos a animais. Há indícios ainda de abate ilegal de animais no local.
A prefeitura de Nova Iguaçu informou que homem resgatado está em um abrigo. Uma equipe de assistência social tenta localizar sua família. Natural de Minas Gerais, o homem disse ter parentes no Rio.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.