Da zona leste de SP ao Vale do Silício: brasileira será CEO de empresa de R$ 145 bi

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A brasileira que assume o Slack

A plataforma de comunicação corporativa Slack, com sede no Vale do Silício, terá uma CEO brasileira.

A executiva Lidiane Jones vai substituir Stewart Butterfield, fundador da ferramenta. Ele deixará a companhia em janeiro de 2023, pouco mais de dois anos depois de ela ter sido comprada pela Salesforce, por US$ 27,7 bilhões (R$ 145 bilhões pelo câmbio atual).

Quem é a brasileira: paulistana da zona leste, Lidiane é graduada em ciência da computação pela Universidade de Michigan (EUA) e passou por Apple, Microsoft –onde ficou por 13 anos– e Sonos antes de chegar à Salesforce, em 2019.

Lidiane Jones, a nova CEO do Slack
Lidiane Jones, a nova CEO do Slack - Lidiane Jones no Twitter


Ela também ocupa um cargo no conselho da Compass, uma ONG focada em ajudar famílias de baixa renda lideradas por mulheres negras ou latinas a desenvolver alternativas para deixar a pobreza.

  • "Sendo uma pessoa que era muito pobre, sei que ninguém quer que os outros sintam pena, ninguém quer ser considerado inferior a ninguém", ela disse em uma entrevista ao site da instituição.
  • "Eu conheci a Compass por indicação de uma amiga, depois que comentei com ela sobre como era crescer no Brasil, e como minha mãe me ajudou a superar vários desafios e se esforçou tanto para me ajudar a ter uma educação", afirmou Lidiane.

Dança das cadeiras: a saída de Butterfield acontece menos de uma semana depois que Bret Taylor, co-CEO da Salesforce, renunciou ao cargo. Taylor foi um dos responsáveis pelo acordo bilionário.


Lei da UE pode afetar produtos do Brasil

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça (6) uma lei para impedir que empresas vendam para o mercado da UE itens como café, carne bovina, soja e outras commodities ligadas ao desmatamento.

Entenda: conforme a medida, as empresas exportadoras dessas matérias-primas terão que fazer o rastreio de sua cadeia de fornecimento e mostrar que o item comercializado não tem relação com áreas de floresta desmatada após 2020 –ainda que com permissão legal.

  • As informações prestadas pelas empresas precisarão ser verificáveis, com coordenadas geográficas dos produtos de origem, e garantir que o processo foi feito de acordo com as leis vigentes no país, como a proteção dos direitos de povos indígenas.
  • Entre os produtos que deverão passar por esse pente-fino, estão itens importantes para a balança comercial brasileira, como soja e carne bovina. A Europa é o segundo maior mercado consumidor das nossas commodities.
  • As exportadoras que não cumprirem com as exigências poderão ser multadas em até 4% do seu faturamento com a UE.

Também foram incluídos na lei itens como óleo de palma, madeira, cacau, café, e alguns produtos derivados, incluindo couro, chocolate e móveis.

Ainda que a regulamentação ofereça proteção à Amazônia, à mata atlântica e ao chaco, os biomas tipicamente florestais da América do Sul, ambientalistas criticaram a exclusão do cerrado do acordo.

No ano passado, o chanceler brasileiro, Carlos França, criticou a medida ao dizer que a UE "usa o meio ambiente como uma forma de protecionismo comercial". "É ruim para os consumidores [e] para os fluxos comerciais", falou ao Financial Times.

Próximos passos: a regulamentação precisa ser formalmente aprovada pelos eurodeputados e pelo Conselho.

  • Depois de a lei entrar em vigor, as grandes empresas e traders têm 18 meses para se adequar, e as pequenas empresas, 24 meses.

Petrobras corta preços dos combustíveis

A Petrobras anunciou que irá reduzir a partir desta quarta (7) os preços da gasolina e do diesel vendidos por suas refinarias em 6,1% e 8,2%, respectivamente.

Depois de passar semanas vendendo os itens no Brasil com defasagem em relação ao exterior, onde as cotações subiam, a estatal agora faz a primeira mudança de preço em três meses, no caso da gasolina, e em mais de dois meses, no caso do diesel.

Durante a campanha para o primeiro turno das eleições, a Petrobras vinha fazendo anúncios a conta-gotas de quedas de preços de combustíveis, mas suspendeu a estratégia quando o petróleo passou a subir na campanha do segundo turno.

Em números: a gasolina vendida pelas refinarias da Petrobras passará de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro, enquanto o diesel sai de $ 4,89 para R$ 4,49 por litro.

  • Nos postos, a economia da gasolina deve ser menor, dada a mistura do combustível com o etanol anidro.

A recente queda das cotações de petróleo lá fora fez os combustíveis vendidos pela Petrobras serem negociados no Brasil a um preço superior em relação ao exterior.

  • Na abertura do mercado desta terça (6), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava 8% (R$ 0,24 por litro) acima da paridade. A diferença do diesel era a mesma –8%, ou R$ 0,34 por litro. Os cálculos são da associação de importadoras.
  • Nesta terça, o Brent caía 3,2%, para um patamar abaixo de US$ 80, na menor cotação em um ano.

Microsoft tenta evitar problemas

Para tentar evitar questionamentos regulatórios na compra da Activision Blizzard, a Microsoft ofereceu à Sony que os lançamentos da franquia "Call of Duty" sejam disponibilizados no PlayStation e no Xbox ao mesmo tempo por dez anos.

A notícia foi confirmada pelo presidente da empresa americana em artigo publicado no Wall Street Journal.

O que explica: a Sony (do Playstation) tem defendido o veto das autoridades ao negócio entre a Activision (produtora do "Call of Duty") e a Microsoft (do Xbox).

  • Anunciada em janeiro, a transação de US$ 69 bilhões (R$ 361,9 bilhões) foi a maior da história do setor de games.

"O principal suposto risco anticompetitivo que a Sony levanta seria o fim da disponibilidade de "Call of Duty" no PlayStation. Mas isso seria economicamente irracional", disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, no artigo publicado no Wall Street Journal.

O presidente da divisão de games da Sony afirmou em setembro que a Microsoft tinha feito uma oferta para manter o "CoD" no PlayStation por apenas três anos, o que não agradou a companhia japonesa.

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