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Bolsonaro compara Guedes a Pelé e diz que não sabe se, 'pela idade', ele quer continuar no cargo

Presidente disse que, a depender dele, o ministro de 73 anos fica na pasta da Economia caso seja reeleito

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pretende manter Paulo Guedes no Ministério da Economia em um eventual segundo mandato, mas que não sabe se o ministro de 73 anos gostaria de permanecer no cargo em função da idade.

Em entrevista na noite desta quarta-feira (12) à TV Alterosa, afiliada do SBT no estado de Minas Gerais, o presidente exaltou o desempenho de Guedes na função, acrescentando que, até o momento, nenhum ministro anunciou a intenção de deixar o governo caso ele seja reeleito.

"O Paulo Guedes é uma pessoa que é o nosso Pelé, vamos assim dizer, na Economia. Então, por mim ele continua. Eu não sei pela idade se ele quer continuar", disse.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes - Gabriela Biló - 27.jun.22 /Folhapress

No último domingo (9), Bolsonaro havia sido questionado sobre a manutenção do atual titular da pasta. Em entrevista ao podcast Pilhado, respondeu que, se depender dele, todos ficam. Antes que pudesse aprofundar a resposta, foi interrompido, e o assunto, deixado de lado.

Embora já tenha declarado em outras oportunidade que pretende seguir com Guedes no cargo em eventual novo governo, o candidato à reeleição deixou margem para dúvidas ao evitar responder uma pergunta direta sobre o assunto.

Na entrevista desta quarta, feita ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, Bolsonaro foi mais assertivo. "Paulo Guedes fica. Paulo Guedes foi um dos melhores ministros da Economia do mundo, levando-se em conta inclusive a questão da pandemia. [Assim] Como o Roberto Campos pelo terceiro ano seguido é o melhor ministro em alguns muitos critérios do Banco Central".

Ao questionar Bolsonaro sobre a permanência do ministro, o apresentador Ricardo Carlini fez alusão à declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não definiria um nome antes do final das eleições. "Às vezes eu ouço alguma coisa assim 'não pode falar quem vai ser o ministro, senão dá problema, senão todo mundo quer, não pode falar'," disse o entrevistador, em tom de ironia.

O candidato petista têm dito que a composição dos ministérios só ocorrerá após o segundo turno, até para deter egos e risco de disputas internas precoces. No entanto, já manifestou a intenção de nomear alguém com perfil mais político, para atuar com desenvoltura nas negociações com o Congresso Nacional, mas nunca citou possíveis cotados.

Diante do resultado acirrado da eleição presidencial no primeiro turno, o campo econômico se mostra uma trincheira relevante na disputa entre os dois candidatos.

Em agosto, Paulo Guedes havia declarado sua intenção de permanecer. "Eu tenho que dizer sempre que sim. O que vou dizer? Vou jogar a vitória para o outro lado, dizer que vou sair, sou liberal e estou decepcionado? Não existe isso", disse.

De lá para cá, o ministro passou a atuar com mais protagonismo pela reeleição de Bolsonaro, elevando o tom de campanha em eventos e encontros com empresários.

Nas últimas semanas, Guedes usou a estrutura estatal mais de uma vez para exaltar a economia durante sua gestão. Além disso, associou ex-presidente Lula ao "capeta", prometeu rever o corte de verbas no Farmácia Popular, zerar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e manter o Auxilio Brasil em R$ 600.

Como mostrou a Folha, o uso da estrutura estatal durante a campanha pode configurar irregularidade e crime eleitoral. Embora a atuação em campanha não seja proibida, especialistas avaliam que o chefe da equipe econômica pode violar a lei eleitoral e praticar ato de improbidade administrativa ao usar da estrutura estatal e de sua posição no governo para favorecer o candidato à reeleição.

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