Cerca de 1 milhão de pessoas em países como Somália, Afeganistão e Iêmen estão ameaçadas por uma "fome catastrófica" e correm o risco de morrer nos próximos meses de não chegar ajuda humanitária, alertou nesta quarta-feira (21) um informe das Nações Unidas.
Este número recorde é consequência da seca devastadora no Chifre da África, indicou um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) e do PMA (Programa Mundial de Alimentos).
O relatório detalha a situação em 19 países considerados "pontos quentes" da fome no mundo, seis dos quais estão em "alerta máximo", segundo a ONU: Afeganistão, Etiópia, Nigéria, Sudão do Sul, Somália e Iêmen.
Nestes seis países, espera-se que 970 mil pessoas cumpram em janeiro de 2023 os critérios da chamada fase de "catástrofe" (5), o nível mais alto de classificação de segurança alimentar (FSC).
Trata-se de situações em que "a inanição e a morte são uma realidade cotidiana e podem ocorrem níveis extremos de mortalidade e desnutrição se não se agir imediatamente".
Esta estimativa é dez vezes superior à de seis anos atrás e é "impulsionada pelos conflitos, pelas mudanças climáticas e pela instabilidade econômica, agravada pela pandemia de Covid-19 e as consequências da crise na Ucrânia", segundo o relatório.
Os líderes mundiais pediram na terça-feira maiores esforços para fazer frente à crescente insegurança alimentar mundial.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou também nesta quarta US$ 2,9 bilhões em novas ajudas para combater a fome.
Guatemala, Honduras e Malauí estão na lista da ONU de "pontos quentes da fome".
A organização também está preocupada com a situação em República Democrática do Congo, Haiti, Quênia e Síria, considerada "muito preocupante".
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