O grupo de produtores de petróleo da Opep+ aumentará a produção em 100 mil barris por dia, frustrando as esperanças dos EUA de um aumento significativo da oferta.
Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira (3), apagando perdas anteriores.
Contratos futuros de petróleo Brent subiam mais de 1%, a US$ 101,85 por barril, por volta das 9h30. Os futuros negociados nos EUA subiam mais, quase 2%, para cerca de US$ 96 por barril.
A aliança se reuniu nesta quarta em meio à pressão dos EUA para adicionar barris ao mercado, e enquanto a maioria de seus membros já esgotou o potencial de produção.
"Sempre dissemos que a faixa de preços preferida é entre US$ 60 e U$S 80 por barril. Hoje o preço é de US$ 100. Portanto, podemos ter que aumentar a produção para evitar superaquecimento", disse o ministro de Energia do Cazaquistão, Bolat Akchulakov, a repórteres.
Os EUA pressionaram Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, líderes da aliança, a bombear mais petróleo para ajudar a conter os preços impulsionados pela recuperação da demanda e pela invasão da Ucrânia por Moscou.
Os países membros têm aumentado a produção de acordo com suas metas em cerca de 430 mil a 650 mil barris por dia nos últimos meses.
Em meados de julho, o presidente americano, Joe Biden, viajou à Arábia Saudita, apesar de suas promessas de transformar o reino do Golfo num país "pária" depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.
Um dos motivos da visita foi convencer Riad a continuar abrindo a torneira do petróleo para estabilizar o mercado e frear a inflação galopante.
O aumento discreto pode ser explicado pela influência da Rússia na aliança —os interesses do país são diametralmente opostos aos de Washington.
"A Arábia Saudita precisa caminhar no fio da navalha", afirma Tamas Varga, analista da PVM Energy.
A aliança terá que permitir que os Estados Unidos salvem as aparências e tranquilizar a Rússia para garantir a estabilidade da Opep+.
EUA aumentou suas reservas comerciais de petróleo
As reservas comerciais de petróleo do s Estados Unidos subiram na semana passada para surpresa dos analistas que esperavam uma leve baixa, segundo dados desta quarta da Agência de Informação de Energia (EIA).
Na semana encerrada na última sexta-feira (29), o país acumulava 426,6 milhões de barris, 4,5 milhões de barris a mais que sete dias antes. Os analistas esperavam que as reservas se reduzissem em 1,5 milhão de barris.
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