Ramesh Balwani, principal colaborador e ex-namorado da fundadora da Theranos, Elizabeth Holmes, foi condenado nesta quinta-feira (7) por fraudar investidores e pacientes da empresa de análise de sangue falida.
O júri declarou Ramesh "Sunny" Balwani culpado de 12 acusações de fraude apresentadas por promotores federais, disse à AFP um porta-voz do tribunal da cidade de San José, no Vale do Silício. A sentença está prevista para ser anunciada no final do ano e o condenado corre o risco de passar vários anos na prisão.
Balwani foi julgado separadamente da ex-estrela da biotecnologia americana Elizabeth Holmes, cujo julgamento na mesma sala terminou em janeiro. O veredicto a considerou culpada por quatro acusações de enganar investidores para injetar dinheiro no que ela dizia ser um sistema revolucionário de exames de sangue.
Apesar disso, o júri —que ouviu semanas de provas complexas— também a absolveu em quatro acusações e não conseguiu chegar a um veredicto em outras três. Holmes deverá receber sua sentença em setembro.
Durante o julgamento, Holmes declarou que Balwani tinha uma atitude física e emocionalmente abusiva no relacionamento que tiveram, declarações que ele rejeitou.
Holmes e Balwani são exemplos raros de executivos do setor tecnológico que respondem a acusações pelo fim de uma empresa, em um ambiente repleto de startups fracassadas que antes prometiam riquezas incalculáveis. Seu julgamento destacou a linha tênue que separa o lucro no setor da desonestidade criminal.
O procurador dos Estados Unidos, Robert Leach, disse aos jurados no tribunal federal de San Jose que Balwani administrava o negócio ao lado de Holmes e que os dois eram "parceiros em tudo, inclusive em seu crime".
Stephen Cazares, advogado de Balwani, garantiu que seu cliente não cometeu fraude e mostrou-se convencido do potencial da Theranos.
Balwani, quase duas décadas mais velho que Holmes, foi contratado para ajudar a comandar a empresa que ela fundou em 2003, quando tinha 19 anos.
Holmes, que hoje tem 38 anos, prometeu máquinas de testes próprios capazes de realizar uma gama analítica de baixo custo e com apenas uma gota de sangue, uma promessa estatelada com o surgimento das acusações de fraude.
Os promotores alegam que Holmes e Balwani tinham consciência de que a tecnologia não funcionava como prometido, mas continuaram promovendo-a como revolucionária para pacientes e investidores.
Personalidades como Rupert Murdoch e Henry Kissinger se interessaram pela Theranos quando ela estava na crista da onda. No entanto, uma reportagem do Wall Street Journal apresentou dúvidas sobre as alegações da empresa, que deram início ao declínio da Theranos.
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