O banco de desenvolvimento do governo dos Estados Unidos vai investir US$ 25 milhões na empresa de investimento em mineração TechMet, com sede em Londres, como parte de uma iniciativa do presidente Donald Trump para reduzir a dependência das cadeias de suprimentos dominadas pela China.
O dinheiro da US International Development Finance Corporation (DFC), de US$ 60 bilhões, ajudará a TechMet a desenvolver um projeto brasileiro de níquel e cobalto que visa abastecer a indústria de carros elétricos.
O investimento faz parte da estratégia de Trump para romper o controle da China sobre as cadeias de abastecimento de matérias-primas. Na semana passada, o presidente disse que a dependência dos EUA do suprimento estrangeiro de minerais essenciais é uma "emergência nacional" e uma ameaça à segurança.
O DFC foi formado em 2019 para oferecer uma alternativa ao financiamento externo chinês na Ásia, África e América Latina. É a primeira vez que o governo dos EUA investe diretamente em uma empresa de metais e mineração, segundo o TechMet.
"Este importante financiamento apoiará o crescimento econômico em uma das regiões mais subdesenvolvidas do Brasil", disse Adam Boehler, presidente-executivo da US International Development Finance Corporation.
"Os investimentos em materiais críticos para tecnologia avançada apoiam o desenvolvimento e beneficiam a política externa dos EUA", disse ele.
A TechMet foi fundada em 2017 por Brian Menell, um sul-africano com experiência em mineração na África, para investir em metais necessários para tecnologias de energia limpa e reciclagem de baterias. O almirante Mike Mullen, ex-presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, faz parte de seu conselho consultivo.
A empresa tem investimentos na empresa de reciclagem de baterias Li-Cycle, US Vanadium, Rainbow Rare Earths, Brazilian Nickel, e Tinco, uma empresa de estanho e tungstênio na África.
Os fundos serão usados para colocar o níquel brasileiro em produção comercial, disse Menell. A empresa está desenvolvendo uma mina de cobalto e níquel no Piauí, no nordeste do Brasil.
"A competitividade nacional e industrial de um país dependerá do acesso preferencial a essas matérias-primas", disse Menell. "É ótimo ter a Tesla e a Panasonic, mas a China pode fechá-las em cinco semanas e meia, pois elas precisam obter matérias-primas na China."
A China processa 65% do níquel mundial e 82% do cobalto global para baterias, de acordo com a consultoria Benchmark Mineral Intelligence.
O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, recentemente pediu que as empresas globais de mineração aumentem a produção de níquel para atender aos planos da empresa de intensificar a produção de baterias.
A Tesla e outras montadoras estão ampliando a quantidade de níquel que usam em suas baterias, pois o metal ajuda a estender o alcance dos veículos elétricos.
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