Crítico da chamada economia colaborativa, inaugurada por empresas como Uber e Airbnb, o escritor anglo-canadense Tom Slee, 59, afirma que plataformas digitais para contratação de serviços devem seguir as mesmas regras que as demais empresas.
Autor de “What is Your is Mine” (O que é seu é meu), traduzido no Brasil como “Uberização” (ed. Elefante), Slee afirma que o uso de tecnologia e inovação para fornecer trabalho não justifica o pleito por tratamento diferenciado pela legislação.
Em sua avaliação, da mesma forma que diferentes países permitem tratamentos específicos para empregados de tempo integral e para os que possuem jornadas menores, os aplicativos poderiam oferecer benefícios aos trabalhadores conforme o número de horas trabalhadas.
“Plataformas de tecnologia sempre querem novas leis para elas. Querem ser tratadas como especiais, para ter regras que se encaixem melhor em seus negócios.”
Sobre o desejo dos jovens por mais flexibilidade no trabalho, uma das principais promessas dos serviços, Slee diz acreditar que o benefício se aplica a uma parcela pequena dos trabalhadores. Basicamente, estar em plataformas digitais exige muito esforço para quem busca a sobrevivência a partir delas.
Para ele, serviços uberizados se beneficiam de momentos de crise, como a enfrentada no Brasil. Porém, conforme os níveis de emprego melhorem, é de esperar que haja mais questionamentos sobre o valor que pagam e a os benefícios que oferecem.
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