Índices da Bolsa de Nova York bateram seus recordes históricos nesta quarta-feira (3), após o presidente americano Donald Trump indicar economistas que defendem cortes na taxa de juros americana para o Fed (banco central americano).
A ida de Christine Lagarde, ex-diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), para o comando do Banco Central Europeu (BCE) impulsionou as Bolsas europeias pela mesma razão —defesa de estímulos monetários à economia—, e os índices renovaram as máximas do ano.
O viés positivo levou a Bolsa brasileira a uma alta de 1,42%, aos 102.043 pontos, apenas a 19 pontos da máxima histórica.
Via rede social, Trump anunciou que pretende nomear Christopher Walker, vice-presidente do banco central regional de St. Louis, e Judy Shelton, ex-assessora econômica do presidente e diretora americana do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (IBRD, na sigla em inglês) para compor a diretoria da instituição. Os nomes agradaram o mercado, já que Walker e Shelton defendem uma política monetária de estímulos, ou seja, corte de juros.
Mesmo em um dia de pregão reduzido —o mercado americano encerrou as negociações às 14h (horário de Braília), três horas mais cedo, devido ao feriado de 4 de julho nesta quinta—, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq bateram suas máximas históricas.
O índice Dow Jones teve alta de 0,67%, a 26.966 pontos. O recorde anterior era de outubro de 2018. S&P 500 subiu 0,777% e renovou a máxima, aos 2.995 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,75%, a 8.170 pontos, superando o recorde anterior de maio deste ano.
A máxima veio apesar de dados divulgados nesta quarta, que mostraram que o déficit comercial dos EUA saltou para máxima em cinco meses, enquanto o setor de serviços mostrou desacelerou. As divulgações vieram em linha com dados do setor imobiliário, industrial, de investimento empresarial e de gastos do consumidor, que apontaram para uma desaceleração na economia no trimestre.
Os números fracos reforçam a necessidade de uma política de incentivo por parte do Fed, o que pode representar juros mais baixos por mais tempo, positivo para o mercado de renda variável.
Além das indicações de Trump, os mercados americanos foram impulsionados pela ida de Christine Lagarde, ex-diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), para o comando do Banco Central Europeu (BCE). Investidores acreditam que Lagarde manterá a atual política monetária de incentivos, com possíveis cortes na taxa de juros.
A notícia também puxou as Bolsas europeias, que renovaram suas máximas do ano nesta quarta. Londres teve alta de 0,66%, aos 7.609 pontos.Paris subiu 0,75%, a 5.618 pontos e Frankfurt se valorizou 0,7%, a 12.616 pontos.
Já os rendimentos do tesouro americano de dez anos foi para o menor nível desde novembro de 2016, enquanto os títulos da zona do euro recuaram para mínimas históricas.
O exterior positivo beneficiou a Bolsa brasileira, que subiu de 1,43%, a 102.043 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15,5 bilhões, dentro da média diária para o ano.
A alta do índice também foi impulsionada pela Ambev, cujas ações valorizaram 4%, a R$ 18,87, após anúncio de IPO de uma fatia de sua controladora, a Anheuser-Busch InBev, na Bolsa de Hong Kong. A empresa vis capitalizar recursos para compensar o endividamento após a compra da SAB Miller.
A companhia, que compõe 4,8% do Ibovespa, foi a terceira mais negociada do índice nesta quarta, depois de Petrobras e Vale, que teve leve recuo de 0,2%.
O petróleo teve uma recuperação parcial após queda de 4% na véspera. O barril brent subiu 2,32%, a US$ 63,85. A valorização da commodity sustentou a alta da Petrobras. As ações preferenciais (mais negociadas) da companhia subiram 1,15%, a R$ 27,13 e as ordinárias (com direito a voto), 1%, a R$ 29,77.
Além disso, a estatal anunciou que espera levantar até R$ 9,4 bilhões com a privatização da BR Distribuidora, que ocorrerá até o final do mês.
O atraso na votação da reforma da Previdência na comissão especial, que tinha o início previsto para as 13 horas desta quarta, não afetou o mercado, que reagiu de maneira positiva à economia de R$ 1,071 trilhão em dez anos com a nova versão do projeto, apresentada na terça (2).
“Acreditamos na votação na comissão especial até amanhã, o que viabiliza a aprovação em plenário antes do recesso. O cronograma é um detalhe importante, mas é um detalhe. A reforma está encaminhando com uma potência fiscal, o que é mais importante”,afirma Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos.
O dólar acompanhou o dia positivo para ativos de risco e recuou 0,72%, a R$ 3,827.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.