Novas linhas f�rreas reduzir�o entrave no transporte de cargas
Karime Xavier/Folhapress | ||
Locomotiva em trecho da ferrovia Norte-Sul, no Tocantins |
O setor ferrovi�rio deve movimentar nos pr�ximos cinco anos R$ 57,1 bilh�es da iniciativa privada. S�o projetos que envolvem constru��o, amplia��o e moderniza��o das malhas –e que devem ajudar a diminuir os atuais entraves para quem depende do transporte de cargas no Brasil, como produtores de gr�os e de min�rio de ferro.
"Se o pa�s quiser ser competitivo e ter um crescimento sustent�vel, � imprescind�vel ter ferrovias eficientes. Esse � o modal indicado para transportar os produtos fundamentais na economia do Brasil", afirma Adalberto Santos de Vasconcelos, secret�rio especial da Secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).
Dos projetos no setor, cinco fazem parte do PPI. S�o antecipa��es de renova��o de concess�es assinadas h� pelo menos 20 anos que envolvem 12,6 mil quil�metros de malha. A expectativa � que as empresas invistam R$ 25 bilh�es em cinco anos.
H� ainda trechos de expans�o de malha e uma iniciativa do governo do Par� para conectar o norte ao restante do pa�s: a ferrovia paraense.
"A expectativa � que 2018 seja o ano das ferrovias", diz Fernando Sim�es Paes, presidente da ANTF (Associa��o Nacional dos Transportadores Ferrovi�rios).
Ele afirma que nem o momento fraco da economia vai frear o apetite dos investidores pelo modal. Chineses e russos est�o entre os interessados, por exemplo, no projeto da Ferrogr�o.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Novas conex�es Ferrovias e portos em processo de licita��o |
Com 1.100 quil�metros de extens�o, a ferrovia ligar� produtores de gr�os do Centro-Oeste ao porto de Miritituba (PA), por onde ser� escoada a safra para os portos do Norte.
A Rumo Log�stica, que det�m a concess�o da Malha Paulista, est� com o processo de renova��o mais avan�ado. Sozinha, deve investir R$ 5 bilh�es at� 2022 na linha que conecta o porto de Santos ao interior do Estado.
Julio Fontana, presidente da companhia, diz ter pressa. "Queremos investir em aumento da capacidade de transporte, passando dos atuais 35 milh�es de toneladas por ano para 75 milh�es. A efici�ncia que temos no agroneg�cio precisa acontecer tamb�m da porteira para fora, no transporte. Ou vamos perder competitividade", diz.
Para bancar os planos, a empresa fez dois aumentos de capital e repactuou parte da d�vida, num processo de reestrutura��o financeira.
Tanto o governo como as operadoras do setor esperam ainda alguns trechos de ferrovias j� concedidos e que podem ser devolvidos no processo de renova��o. S�o partes de ferrovias com potencial maior de rentabilidade se forem desmembradas.
As chamadas "short lines" poderiam ser oferecidas pelo governo em sub-concess�es, a exemplo do que acontece nos EUA. "Dos 30 mil quil�metros existentes de ferrovias, um ter�o � densamente utilizado, um ter�o � subutilizado e um ter�o � inutilizado. Com o potencial para o transporte de cargas no Brasil, esses n�meros poderiam ser melhorados", diz Vicente Abate, presidente da Abifer (Associa��o Brasileira da Ind�stria Ferrovi�ria).
PROJETO SOLO
Fora do pacote do PPI, o governo do Par� espera assinar no primeiro semestre de 2018 o contrato para a ferrovia Paraense, que inclui constru��o e opera��o de uma malha de 1.312 quil�metros que ligar� Barcarena a Santana do Araguaia.
O projeto inclui ainda a possibilidade de constru��o de 58 quil�metros de trilhos para ligar a Paraense, a partir de Rondon (PA), � Norte-Sul, em A�ail�ndia (MA). Segundo Adnan Demachki, secret�rio de Desenvolvimento Econ�mico, Minera��o e Energia do Par�, dois grupos chineses e um russo t�m interesse na licita��o. O vencedor desembolsar� R$ 14 bilh�es.
Demarchki tem ido a Bras�lia na inten��o de conseguir apoio ao projeto. Recentemente, ele esteve com representantes do Minist�rio dos Transportes e do PPI para tentar negociar a inclus�o da ferrovia Paraense no programa federal. N�o ser� f�cil. Vasconcelos informa que "n�o existe previs�o legal para a inclus�o de um projeto estadual no PPI".
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TREM LENTO
A evolu��o da malha ferrovi�ria no Brasil
1852
Irineu Evangelista de Souza, o bar�o de Mau�, recebe do governo a concess�o para construir e explorar uma linha f�rrea entre Porto de Estrela e Petr�polis (RJ)
1854
D. Pedro 2� inaugura o primeiro trecho de ferrovia no pa�s, a Estrada de Ferro Petr�polis, ligando Porto Mau� � Fragoso, no Rio, com 14 km de extens�o
1877
As cidades do Rio de Janeiro e de S�o Paulo s�o unidas pelo modal ferrovi�rio quando a Estrada de Ferro S�o Paulo e a E. F. D. Pedro 2� se encontram
1886
Apesar de ter sido inaugurada em 1854, a primeira ferrovia brasileira s� chega ao munic�pio de Petr�polis, transpondo a serra do Mar, 32 anos depois
1903
Tratado de Petr�polis, entre Brasil e Bol�via, obriga o pa�s a construir a estrada Madeira-Mamor� para compensar �rea (atual Acre) cedida pelo vizinho
1939
Os trens a vapor come�am a ser substitu�dos pelos movidos a diesel. A locomotiva da English Electric, de 1938, foi a primeira a ser usada no Brasil
1957
Juscelino Kubitschek assina a lei que cria a Rede Ferrovi�ria Federal S.A., para administrar as 18 estradas de ferro do governo -�s quais se somaram outras duas
1992
A rede federal � inclu�da no programa nacional de desestatiza��o, por recomenda��o do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social)
1996 a 1998
Servi�os de transporte ferrovi�rio de carga passam ao setor privado, divididos em seis malhas regionais. A concess�o � feita por meio de licita��o
2015
Chegam � Uni�o os primeiros pedidos de renova��o de concess�es. Entre as concession�rias est�o a Rumo (Malha Paulista) e a Vale (Ferrovia Caraj�s)
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Atualizado em 10/07/2024 | Fonte: CMA | ||
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