Novas plataformas on-line negociam cr�ditos de carbono
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Moradores de Iranduba (AM), beneficiados pela venda de cr�ditos ao Ita� |
Para ajudar a compensar as emiss�es de gases de efeito estufa e conectar empresas a quem fornece cr�ditos de carbono, ind�strias e institui��es criam plataformas on-line e planejam reunir iniciativas que ainda ocorrem de forma isolada em alguns setores da economia.
Natura e Ita� anunciaram a primeira plataforma p�blica para auxiliar empresas no mapeamento das emiss�es e no acesso a projetos certificados que permitem a compensa��o dos gases que lan�am no ar por meio da compra de cr�ditos de carbono.
Quando uma empresa n�o consegue reduzir emiss�es, pode comprar cr�ditos. Na pr�tica, o cr�dito � uma moeda que representa uma tonelada de carbono que�deixou de ser jogada na atmosfera.
Por meio de um edital aberto na plataforma, a meta das duas empresas era adquirir 500 mil toneladas de CO2, o equivalente a emiss�es de 70 mil habitantes por um ano.
Ao menos 147 projetos de 23 Estados se inscreveram nas �reas de energia, agricultura, floresta e tratamento de res�duos, e o potencial de cr�ditos atingiu 3,7 milh�es de toneladas de CO2. At� 2018, devem ser selecionados de 10 a 15 projetos que permitir�o a redu��o de emiss�es.
"De um lado, h� empresas que querem compensar emiss�es, mas n�o sabem como. Do outro, h� projetos de comunidades que t�m a��es de impacto positivo e podem receber investimentos. A ideia � conect�-los", diz Andrea Alvares, vice-presidente de sustentabilidade da Natura.
H� dez anos, a empresa criou o Programa Carbono Neutro, apoia 29 projetos no pa�s e seis na Am�rica Latina e reduziu em 33% as emiss�es entre 2007 e 2013. At� 2020, a meta � reduzir mais 33%.
Um dos projetos � o Fog�es Eficientes, que ajuda a instalar c�maras de combust�o em fog�es a lenha e a reduzir o uso da madeira e a produ��o de fuma�a, com chamin�s. No pa�s, 3 milh�es de casas ainda usam fog�es a lenha.
Al�m do impacto nas emiss�es, o programa ajuda a melhorar a sa�de de 25 mil pessoas de sete cidades baianas.
Ind�strias de transporte, energia e combust�veis j� buscam informa��es para aderir � iniciativa, segundo Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Ita�.
O Ita� j� apoia projetos de popula��es de baixa renda em 19 Estados e compra cr�ditos de alguns deles. Caso do Rio Negro, em Iranduba (AM) -l�, uma olaria substituiu a madeira como combust�vel por outras fontes renov�veis. A mudan�a rendeu a venda de cr�ditos de carbono e recursos � comunidade.
Adriana Meyge/Divulga��o | ||
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Antonia Pinto, benefic�ria do programa Fog�es Eficientes, apoiado pela Natura, em Maragogipe (BA) |
O centro de sustentabilidade da FGV tem uma ferramenta (o GHG Protocol) que ajuda a quantificar e gerenciar emiss�es. Participam 142 empresas, que emitiram 156 milh�es de toneladas de gases, ou 13% do total nacional (descontando desmatamento).
"Qualquer a��o que essas empresas fa�am para reduzir e compensar as emiss�es pode ter impacto na quest�o da mudan�a de clima", diz George Magalh�es, gestor do programa GHG.
Ao reportarem suas emiss�es e tornarem p�blicas as informa��es, as empresas se beneficiam de incentivos fiscais, al�m de elevar a possibilidade de obter financiamentos a partir de resultados sociais e ambientais. "Quem incluir atributos ambientais nos produtos ter� vantagem competitiva. N�o s� prazo e pre�o v�o valer na economia", diz Magalh�es.
A CNI (Confedera��o Nacional da Ind�stria) tem organizado o setor para unificar iniciativas que incluem desde a busca por combust�veis alternativos at� o envolvimento de funcion�rios, acionistas, clientes e fornecedores em estrat�gias de redu��o de pr�ticas poluentes.
"Atribuir um pre�o ao carbono como forma de impulsionar uma economia mais limpa tamb�m � uma quest�o importante, em debate, para avaliar o impacto nos neg�cios", diz Shelley Carneiro, gerente da CNI.
Uma das empresas que avan�am no tema � a Fibria, l�der na produ��o de celulose. "A precifica��o do carbono ajuda a empresa a gerenciar riscos e oportunidades, sob uma nova vari�vel", diz Jo�o Augusti, gerente de meio ambiente da Fibria, que informa ter "super�vit" de cr�ditos de carbono ao compensar as emiss�es.
Na Siemens, o foco � ganhar efici�ncia nos processos industriais para chegar � neutraliza��o da emiss�o de CO2 em 2030. Para isso, a empresa investe € 100 milh�es em todo o mundo.
No setor financeiro, o Santander compensa emiss�es por meio do programa Reduze e Compense. Foram adquiridos mais de 247 mil cr�ditos de 2013 a 2016 -93,5% usados para compensar emiss�es, inclusive de clientes que financiaram ve�culos.
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