Ind�stria criativa indica caminhos para os setores mais tradicionais
A economia criativa tem diversos pontos em comum com o universo das tend�ncias. Se n�o s�o novos, os dois conceitos se difundiram e ganharam legitimidade nos �ltimos 20 anos.
Ambos passaram a fazer sentido apenas quando a sociedade da mudan�a acelerada atingiu o patamar que conhecemos. E tanto as ind�strias criativas quanto as tend�ncias se definem por uma rela��o fundamental com um terceiro elemento: a inova��o como pedra de toque da sociedade e do mercado.
A criatividade � o principal combust�vel da inova��o, que cumpre a fun��o de redesenhar em perman�ncia os contornos do esp�rito do tempo.
� por isso que a identifica��o e a an�lise de tend�ncias -seja no n�vel dos influentes macromovimentos socioculturais ou dos microfen�menos passageiros, que fazem girar a roda das inova��es -funcionam como uma plataforma privilegiada para a cria��o e como oxig�nio para as ind�strias criativas, que influenciam cada vez mais os estilos de vida e o consumo.
De fato, no quadro de um capitalismo e de um consumidor que j� foram chamados, respectivamente, de "artista" e "esteta", a dimens�o simb�lica e expressiva dos produtos da economia criativa responde a anseios profundos do indiv�duo, como o de expressar-se e a busca por realiza��o pessoal, bem-estar e prazer de viver.
Ao conceber e disseminar novos modelos de neg�cios e de gera��o de riqueza, as ind�strias criativas indicam caminhos para os setores tradicionais da economia, muitos dos quais precisam mudar para competir na nova realidade global.
O caso da ind�stria da moda � relevante. De um sistema fechado, altamente hierarquizado e centrado em institui��es seculares, a moda tem encontrado novos caminhos nos empreendedores individuais e nas pequenas e m�dias empresas intensivas em criatividade, amparadas pela infraestrutura digital e orientadas para a inova��o, em suas m�ltiplas formas.
Cabe relembrar que n�o existiria o novo -o pensar e fazer as coisas de modo diferente, hoje elevados � categoria de valores fundamentais pelas novas gera��es- se n�o houvesse o investimento individual na pr�pria cria��o.
Assim, a era do indiv�duo aut�nomo e empoderado �, tamb�m, a do imp�rio da criatividade, que pressup�e talento, imagina��o, habilidade e conhecimento. No futuro, portanto, deve crescer a import�ncia das pessoas e de suas ideias, ao contr�rio do que faria crer a �nfase exacerbada do nosso tempo no poder da tecnologia.
DARIO CALDAS � soci�logo, mestre em comunica��es e criador da metodologia de an�lise de tend�ncias do escrit�rio Observat�rio de Sinais
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