Ind�strias criativas crescem no pa�s, mas ainda falta investimento
Mais do que imagina��o, criatividade � neg�cio -e bilion�rio. Em 2015, as ind�strias criativas geraram uma riqueza de R$ 155,6 bilh�es para o pa�s, de acordo com levantamento da Firjan (Federa��o das Ind�strias do Estado do Rio de Janeiro).
A participa��o desses setores no PIB brasileiro subiu de 2,56% para 2,64% de 2013 a 2015, ainda segundo o mapeamento, publicado em dezembro do ano passado.
"� um crescimento que parece m�nimo, mas muito relevante se considerarmos o momento de crise profunda", afirma Thamilla Talarico, especialista em desenvolvimento setorial do Sistema Firjan.
Novas Ideias - Participa��o do PIB criativo no PIB brasileiro, em %
Todas as atividades econ�micas inovam de alguma forma. No entanto, s�o consideradas ind�strias criativas apenas as que fazem da criatividade a sua mat�ria-prima.
Uma empresa de contabilidade, por exemplo, at� pode ser inovadora na hora de resolver seus problemas, mas o foco do seu trabalho n�o � esse. J� um escrit�rio de arquitetura s� existe porque vende sua capacidade criativa aos clientes.
Arquitetura, design, moda, audiovisual, gastronomia, m�sica, desenvolvimento de softwares e pesquisa e desenvolvimento: tudo isso comp�e a economia criativa.
"S�o produtos e servi�os vinculados tanto � cultura e arte quanto � ci�ncia e tecnologia, os dois grandes campos nos quais a cria��o humana faz a diferen�a e gera valor agregado", diz Ana Carla Fonseca, professora do curso de economia criativa e cidades criativas da FGV.
O conceito surgiu na Austr�lia, em 1994. Mas foi o Reino Unido, em 1997, o primeiro a entender o seu potencial como estrat�gia de desenvolvimento e criar pol�ticas espec�ficas para esses setores.
"Naquele momento, o governo brit�nico percebeu que a participa��o da ind�stria fonogr�fica no PIB havia sido maior do que a da automobil�stica", diz Caio Bianchi, professor de economia criativa e compartilhada da ESPM.
Esses segmentos ganham agora um papel estrat�gico, j� que, hoje, sai na frente quem consegue migrar da l�gica da produ��o em massa e da concorr�ncia pelo pre�o baixo para a l�gica da diferencia��o e da experi�ncia.
"Se o Brasil tivesse investido nesses setores, eles poderiam ter crescido muito mais", afirma Bianchi. "O meu receio � que o pa�s esteja dando murro em ponta de faca apostando em segmentos tradicionais, que claramente est�o caindo."
NOVAS IDEIAS - Participa��o estimada do PIB criativo nos Estados em 2015, em %
Em 2011, a Secretaria de Economia Criativa surgiu dentro do Minist�rio da Cultura. Extinta em 2015, deu lugar � Secretaria de Economia da Cultura, que ainda existe, com import�ncia reduzida. Os movimentos se deram no governo de Dilma Rouseff.
Com a posse do novo ministro da Cultura, S�rgio S� Leit�o, em julho, a promessa � que a economia criativa se torne uma prioridade.
Por�m, para Talarico, da Firjan, a preocupa��o em desenvolver a economia criativa deveria estar no Mdic (Minist�rio da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os).
"Estamos falando de estrat�gia de desenvolvimento econ�mico, e cultura � a primeira coisa que � cortada em tempos de crise", diz.
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O QUE � ISSO
Divis�es da economia criativa
CONSUMO
- Design
- Arquitetura
- Publicidade
- Moda
TECNOLOGIA
- Pesquisa e desenvolvimento
- Biotecnologia
- Tecnologia da Informa��o e da Comunica��o (desenvolvimento de softwares e sistemas, consultoria em TI e rob�tica)
M�DIAS
- Editorial
- Audiovisual
CULTURA
- Express�es culturais (artesanato, folclore e gastronomia)
- Patrim�nio e artes (servi�os culturais, museologia, produ��o cultural e patrim�nio hist�rico)
- M�sica
- Artes c�nicas
Fonte: Mapeamento da Ind�stria Criativa da Firjan (Federa��o das Ind�strias do Rio de Janeiro) - Dezembro/2016
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Vis�o de neg�cio e educa��o s�o maiores desafios
Para desenvolver a economia criativa no pa�s, ideias novas, claro, s�o fundamentais, mas n�o bastam. "H� uma leitura de que brasileiro � criativo e, ent�o, est� tudo resolvido", afirma Ana Carla Fonseca, professora do curso de economia criativa e cidades criativas da FGV.
"L�gico que n�o depende s� disso. Estamos falando de neg�cios, e h� toda uma carga de preparo que n�o necessariamente � levada em conta", afirma.
Umas das institui��es que tenta suprir essa lacuna no Brasil � o Sebrae (Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas): est� investindo R$ 65 milh�es em 104 projetos de economia criativa at� 2018. "N�o vou ensinar o cara a criar. Ele est� com a cabe�a nas nuvens, no bom sentido. Nosso papel � ser a linha da pipa, e ajud�-lo na capacita��o de gest�o", explica Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae.
O Estado de S�o Paulo cedeu � institui��o o Pal�cio dos Campos El�seos, sede do governo entre 1912 e 1965, que abrigar� o Centro Nacional Refer�ncia em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa a partir de outubro. Segundo Domingos, ser� um espa�o para conectar criativos e investidores.
EST�MULO
Se empreender � dif�cil, ser criativo tamb�m n�o � assim t�o simples. As dificuldades do pa�s at� ajudam a estimular a capacidade dos brasileiros de inventarem solu��es, mas o grande diferencial para formar profissionais criativos � a educa��o.
"O Brasil est� t�o preocupado em vencer desafios de uma educa��o do s�culo 19 que n�o pensa no s�culo 21", diz Fonseca. "Talento criativo ser� um dos �nicos perfis de trabalho que sobreviver� � intelig�ncia artificial."
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