Disparam os casos de fraude de combust�vel com metanol em SP
Fabio Melo - 2.jul.2014/Folhapress | ||
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Posto de combust�vel em Ribeir�o Preto, interior de S�o Paulo |
O n�mero de autua��es contra postos flagrados com combust�vel adulterado com uso de metanol, um tipo de solvente barato e t�xico � sa�de, disparou em S�o Paulo.
Enquanto em 2015 foram registrados apenas 10 casos do tipo, no ano passado os registros chegaram a 60.
No primeiro semestre deste ano, a ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo) j� lavrou outros 48 autos de infra��o pelo uso de metanol na gasolina ou no etanol acima do n�vel permitido, que � de 0,5%.
Mais barato que combust�veis usuais, o metanol, usado como solvente industrial no Brasil, tem seu uso em carros comuns proibido. Geralmente importado, � isento de imposto nas alf�ndegas.
"� dif�cil saber se aumentou mesmo [os casos de fraude] ou se estamos pegando mais", afirma Roberto Jonas Saldys, chefe de fiscaliza��o da ANP em S�o Paulo.
Em apenas uma semana, de acordo com ele, 15 postos foram fechados por causa do uso do produto.
O problema n�o est� restrito a S�o Paulo. Em maio, em uma distribuidora no Rio de Janeiro, a Pol�cia Federal encontrou 10,6 milh�es de litros de combust�vel adulterado com metanol. Foram averiguadas irregularidades com o solvente em postos de tr�s distribuidoras diferentes.
Na semana passada, a ANP realizou uma audi�ncia p�blica para debater a possibilidade de incluir o metanol na lista de produtos que s�o regulados pela ag�ncia.
"A ANP viu a necessidade de acompanhar e criar modos de controle para evitar desvios", disse o diretor do �rg�o, Aur�lio Amaral, no evento.
BOMBA BAIXA
O n�mero de autua��es da ANP tem aumentado. Nesse ano, 36% das fiscaliza��es em S�o Paulo geraram algum tipo de auto de infra��o, ante 30% no ano passado.
Embora as fraudes n�o estejam restritas ao metanol, est� mais dif�cil localizar outras irregularidades que afetam o bolso do consumidor.
A porcentagem de postos flagrados com "bomba baixa" pela ANP caiu de 3% para 1% em 2017. S�o os casos em que o volume indicado no painel da bomba de combust�vel � maior que a quantidade realmente posta no carro.
Segundo Helvio Rebeschini, diretor de planejamento do Sindicom (sindicato das empresas de combust�veis), � cada vez mais dif�cil pegar essa fraude, que conta com a instala��o de chips para modificar, via controle remoto, o que mostra a bomba.
"� aquela hist�ria, voc� aperta ali, aperta aqui, a pessoa vai buscar uma alternativa para ganhar dinheiro. Eles usam o avan�o da tecnologia para ajudar em um momento de crise econ�mica. O comerciante est� desesperado para recompor sua margem de lucro", diz Rebeschini.
O pre�o m�dio do litro da gasolina est� no menor n�vel desde outubro de 2015, de acordo com levantamento da ANP, chegando a R$ 3,485 na semana passada.
Quem fiscaliza a fraude na bomba � o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas), �rg�o autorizado para abrir e confiscar equipamento modificado.
Na Opera��o Olhos de Lince, criada em agosto de 2016 para combater a "bomba baixa", o instituto j� apreendeu 433 placas e 53 fia��es em esfera estadual.
A fraude com chip � tamb�m o que a PF do Paran� investiga na Opera��o Pane Seca, que fechou nove postos no Estado em mar�o.
"A tend�ncia aumentou bastante", diz Luiz Silva, diretor de verifica��es do Ipem-SP. "N�s recomendamos que o consumidor sempre abaste�a no posto de confian�a e verifique o selo do Inmetro na bomba de combust�vel."
Para combater o problema, o Inmetro est� desenvolvendo um equipamento inviol�vel para as bombas, com chip criptografado.
Para isso, por�m, ser� necess�rio trocar todos os dispositivos do pa�s, o que deve levar no m�nimo 15 anos, segundo o instituto.
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