Ferramentas transformam desperd�cio na ind�stria em eletricidade
Bruno Santos/Folhapress | ||
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Laborat�rio da Unesp de Guaratinguet� |
Quando Julio Vieira percebeu que mais de 20% das ind�strias desperdi�avam energia sem saber, enxergou tamb�m uma oportunidade de neg�cio. O segredo estava nas v�lvulas redutoras de press�o, usadas em sistemas a vapor que movem desde f�bricas de alimentos a usinas de papel e celulose.
A proposta de Vieira � substituir essas v�lvulas por turbinas: quando o vapor passa pelo equipamento, o calor, que antes era desperdi�ado, vira eletricidade. A turbina redutora de press�o voltada para microgera��o � projetada pela Prosumir, start-up fundada pelo engenheiro mec�nico.
"O desperd�cio n�o � mais aceito, e o reaproveitamento de energia � cada vez mais discutido em todo o mundo", afirma ele, que tenta expandir o uso da turbina para hot�is e hospitais.
Redu��o nos custos com energia, segundo a proposta da Beenergy, tem a ver com transformar qualquer funcion�rio em bom gestor. A start-up criou uma plataforma �nica que simplifica dados sobre consumo e controle de contas geralmente dispersos em planilhas.
O servi�o ajuda empresas a encarar a fatura de energia como um imposto, al�m de analisar itens "escondidos", como contrato de demanda.
"A plataforma indica para a empresa qual a melhor forma de comprar energia e utiliz�-la", explica G�rson Ferraz, CEO da start-up. "Isso significa menos custo por item produzido."
Em redes de supermercados, por exemplo, a eletricidade � a segunda maior despesa. "Em tempos de crise, uma coisa pelo menos tem que crescer: a economia de energia", comenta Ferraz, indicando que a redu��o chega a 30% em algumas empresas.
Em busca de solu��es semelhantes, multinacionais como a Basf recorrem aos laborat�rios da Unesp de Guaratinguet�, no interior paulista. O �ltimo projeto conjunto tinha a meta de cortar R$ 1 milh�o em despesas com energia em 2016 -a economia chegou a R$ 6 milh�es.
"Quando se trabalha com energia, � preciso integrar v�rias a��es ao mesmo tempo: tecnologia, educa��o, procedimentos. A tecnologia tem limite, a forma de uso da energia � muito importante", comenta Pedro Magalh�es Sobrinho, professor da Unesp que coordenou a parceria.
Para resid�ncias e escrit�rios, a start-up Bluelux criou um sistema simples de automa��o da ilumina��o que pode ser controlado do smartphone. "� uma forma de combate ao desperd�cio evitando luzes acesas durante a noite ou fins de semana em escrit�rios, por exemplo. A economia pode ultrapassar os 30%", afirma Tiago Loureiro, diretor da empresa.
O interesse de multinacionais no sistema da Bluelux, que � de f�cil instala��o, obrigou a equipe a fazer ajustes. "Tivemos que criar novos hardwares. Agora, equipamentos como ar-condicionado e TV, que s�o numerosos em grandes unidades, podem ser controlados remotamente", diz Loureiro.
A demanda por inova��es que reduzam gasto de energia s� cresce, afirma Rafael Levy, diretor do Centro de Open Innovation Brasil. "Dos 2.200 executivos com quem mantemos contato, 33% t�m interesse no tema", revela.
Em contrapartida, apenas 4% das start-ups cadastradas no centro est�o voltadas para o problema, segundo Levy. "Isso quer dizer que h� espa�o, que o mercado precisa de mais solu��es", diz.
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