Exclus�o de servidores de reforma da Previd�ncia facilita aprova��o, diz Temer
O presidente Michel Temer disse que a exclus�o de servidores estaduais da reforma da Previd�ncia facilitar� a aprova��o da medida no Congresso.
A afirma��o foi dita ao jornalista Roberto D'Avila, da Globonews, em programa que foi ao ar na noite desta quarta-feira (22). Gravado durante a tarde no Pal�cio do Planalto, o programa editado veiculou cerca de 30 minutos de entrevista com o presidente.
Embora tenha sido questionado se a mudan�a n�o seria sinal de que estaria "entrando �gua" na reforma, Temer evitou dizer se houve recuo.
Disse que a decis�o de retirar os servidores dos estaduais da proposta foi forma de garantir a autonomia dos Estados e tamb�m reduzir focos de oposi��o ao projeto.
Temer afirmou que falhou ao "invadir a compet�ncia dos Estados" no assunto e disse que a exclus�o desse grupo de trabalhadores na reforma "n�o embara�a" o ajuste fiscal.
"Quando voc� fixa em n�vel federal uma determina��o para o Estado agir desta ou daquela maneira, voc� est� interferindo na autonomia dos Estado. Eu percebi que os deputados e senadores com quem eu tenho mantido muitas reuni�es para aprovar a Previd�ncia, me diziam 'olha, a press�o vem dos servidores locais'. Eu ent�o declarei que essa mat�ria fica por conta dos Estados", disse.
Segundo ele, "h� estados que n�o querem e n�o precisam fazer" a reforma, e outros que querem faz�-la. "Ent�o, � o estado quem decidir�. Isso facilita a aprova��o da reforma previdenci�ria no plano federal".
De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira no site da Folha, Temer teria recuado temendo n�o obter os 308 votos necess�rios para passar a medida na C�mara da forma como foi enviada pelo Planalto.
Durante a entrevista, Temer foi questionado sobre declara��o recente, de que os que se op�e mais fortemente � reforma s�o justamente os que ganham maiores sal�rios.
O jornalista completou a pergunta dizendo que "n�o � bem assim. Os Os mais fracos sempre acabam perdendo". Temer disse que esses seriam "influenciados", mas n�o disse por quem.
D'Avila lembrou que o presidente, hoje com 76 anos, se aposentou como procurador do Estado de S�o Paulo aos 55 anos.
"Eu costumo dizer que sou exemplo claro de como a precocidade � prejudicial para o sistema da Previd�ncia. Passados 20 anos, n�s estamos aqui trabalhando", disse, lembrando que "cumpriu todos os requisitos da �poca" para receber o benef�cio.
CARNE FRACA
Temer criticou ainda a forma como foi conduzida a Opera��o Carne Fraca, da Pol�cia Federal, que apontou irregularidades em frigor�ficos e chegou a ter impactos na exporta��o de carne do Brasil ao exterior.
O presidente repetiu as cifras que j� havia dito sobre o setor no pa�s. Segundo ele, o Brasil tem 4.831 plantas frigor�ficas, das quais tr�s interditadas e 18 investigadas. Os servidores no Minist�rio da Agricultura seriam 11.300. "A quest�o envolveu 28 ou 30 servidores investigados. Esta mat�ria deveria ser levada em conta a sua por��o mais diminuta", disse Temer.
"Espetacularizaram?", questionou D'Avila. "Isso que n�o fez bem porque gerou problema internacional". Temer disse, contudo, que mant�m o apoio ao diretor geral da Pol�cia Federal no pa�s, independentemente da repercuss�o negativa do pa�s.
Entenda a opera��o Carne Fraca
REFORMA POL�TICA
Temer voltou a dizer � contra o modelo de reforma pol�tica que prev� o chamado "voto em lista fechada" para o Legislativo. Pelo modelo, em discuss�o no Congresso, os eleitores votariam em partidos e n�o em candidatos. Caberiam �s legendas decidir quais nomes fariam parte do parlamento.
O modelo vem sendo criticado e apontado como uma forma de partidos envolvidos em casos de corrup��o elegerem nomes investigados como forma de blind�-los da lei.
Temer evitou comentar poss�veis blindagens, mas refor�ou que � partid�rio de outro modelo, o chamado "distrit�o", no qual, ao inv�s do sistema proporcional existente no pa�s atualmente, prevaleceria o voto majorit�rio. Ou seja, quem tiver mais votos assume cadeiras no legislativo.
Ele disse ser contra a lista, entre outros motivos, por n�o haver mais financiamento privado de campanha eleitoral. No caso, o financiamento p�blico estaria vinculados a partidos, que fariam suas listas de candidatos.
"Mas eu senti que h� muita resist�ncia a isso. Eu diria que a melhor forma � a do voto majorit�rio". "A manter-se a impossibilidade da contribui��o privada e da cria��o de um fundo p�blico, esse fundo s� poderia ser destinado a partidos e n�o a candidatos", disse.
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