Petrobras rebate cr�ticas a contrata��o de estrangeiras para o Comperj
A Petrobras reagiu, na tarde desta segunda-feria (23), �s cr�ticas que vem recebendo pelo lan�amento de uma licita��o em que convida 30 empresas estrangeiras a disputar uma obra no Comperj, complexo petroqu�mico de grande porte cuja constru��o foi interrompida em Itabora�, regi�o metropolitana do Rio.
A Petrobras optou por convidar empresas estrangeiras para participar da licita��o da unidade de processamento de g�s do Comperj. A unidade � uma planta secund�ria no empreendimento, cujas obras foram suspensas por causa das evid�ncias de corrup��o apontadas pela Opera��o Lava Jato.
Antecipando-se a poss�veis cr�ticas, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, j� havia dito que n�o via problemas na contrata��o de empresas estrangeiras para retomar as obras do Comperj. Ele disse, durante caf� da manh� com jornalistas, no �ltimo dia 11, no Rio, que resist�ncia a esse tipo de contrata��o seria "ran�o ideol�gico".
Blogs especializados, parte da imprensa e sindicatos de petroleiros chegaram a criticar a estatal por usar empresas de fora em detrimento da ind�stria nacional, muito impactada com sangria da Petrobras e a consequente a paralisia generalizada do setor de petr�leo por conta da Lava Jato.
Em longa nota divulgada nesta segunda, a Petrobras faz uma defensa enf�tica da sua escolha e uma dura critica quem lhe dispensa cr�ticas.
Segundo a empresa, a recupera��o da economia "passa pela retomada de investimentos e gera��o de empregos".
"As discuss�es sobre as melhores pol�ticas para alcan�ar esse consenso s�o sempre bem-vindas, mas argumentos simplistas sobre uma inexistente prefer�ncia por empresas estrangeiras versus empresas brasileiras nessa retomada n�o colaboram, al�m de serem desrespeitosos aos milh�es de brasileiros que neste momento buscam trabalho", afirma a nota da estatal.
Quando citou o que classificou de "ran�o ideol�gico", Parente j� havia tentado fazer uma explica��o do que seria uma empresa estrangeira ou brasileira.
Ele disse n�o haver diferen�a entre uma empresa brasileira, com capital brasileiro e sede no pa�s, de uma estrangeira que tem bases e funcion�rios no pa�s.
A Petrobras diz que a Constitui��o "n�o diferencia empresas de acordo com a origem de seu capital".
A estatal chegou a comparar o caso com o que ocorre no setor automotivo, que no pa�s � formado por empresas estrangeiras com f�bricas locais.
"Criticar a Petrobras por convidar empresas estrangeiras para retomar as obras de escoamento de g�s do pr�-sal que ser�o feitas no Comperj, no Rio de Janeiro, � t�o absurdo quanto dizer que todos n�s dirigimos carros importados fabricados em S�o Bernardo, Betim ou Resende por empresas que est�o estabelecidas no Brasil h� d�cadas", afirma a nota.
CORRUP��O
As cr�ticas sobre a escolha de empresas estrangeiras, em detrimento das nacionais, v�o al�m da quest�o da nacionalidade das corpora��es.
Neste fim de semana, a revista "Veja" publicou que 21 das 30 convidadas a participar da licita��o j� se envolveram em esc�ndalos de corrup��o ao redor do mundo.
A Folha n�o confirmou o caso de todas as empresas citadas, mas ao menos tr�s s�o citadas no caso conhecido Unaoil, considerado um dos maiores esc�ndalos de corrup��o do mundo, que veio e � tona no in�cio de 2016, em reportagem do "Huffington Post".
A Unaoil � uma petroleira sediada em M�naco. Investigadores do Reino Unido e do governo de M�naco descobriram um grande esquema de distribui��o de propina em opera��es no Oriente M�dio que envolvia gigantes mundiais, como a inglesa Rolls Royce, a americana Halliburton e a coreana Samsung.
Tr�s empresas envolvidas no esquema —a indiana Larsen e Toubro, a inglesa Petrofac e a espanhola Tecnicas Reunidas— est�o entre o grupo de 30 estrangeiras convidadas pela Petrobras a participar da licita��o para constru��o da unidade de g�s do Comperj.
Segundo a reportagem que revelou o esc�ndalo na �poca, o esquema da Unaoil "incluiu as mais ricas e respeit�veis companhias do Ocidente".
A Folha questionou a Petrobras especificamente sobre a quest�o de haver entre as convidadas da Petrobras empresas com hist�rico em casos de corrup��o, mas n�o obteve resposta.
A Petrobras afirmou ainda, na nota divulgada nesta segunda, que empregou crit�rios t�cnicos, financeiros e de integridade para a escolha das 30 estrangeiras convidadas para a licita��o.
A Petrobras ainda tem uma lista de cerca de 20 empresas brasileiras que est�o impedidas de operar para a empresa por estarem respondendo a processos na Lava Jato.
Empresas como Engevix e Odebrecht est�o impedidas de serem contratadas pela estatal at� que consigam fechar acordos de leni�ncia com as autoridades brasileiras.
A Odebrecht, por exemplo, fechou acordo de leni�ncia no �ltimo dia 1�. Uma das clausulas diz que o teor deve ser levado ao conhecimento da Petrobras para que a empreiteira deixe de figurar na lista das companhias impedidas de fazer neg�cios com a estatal.
Por conta do impedimento, as maiores empreiteiras do pa�s ficaram de fora do processo de licita��o.
"Mesmo diante dessa limita��o, a defini��o dos convidados para a licita��o da central de processamento de g�s envolveu mais de 50 empresas", diz a nota.
"Destas, 23 foram desclassificadas por apresentarem um patrim�nio l�quido ou risco financeiro incompat�vel com o porte da obra"
A Petrobras ressaltou ainda que h� exig�ncia no edital de licita��o que empresas estrangeiras que formem cons�rcio para participar do certame tenham obrigatoriamente um integrante brasileiro.
"O edital tamb�m incentiva o estabelecimento de novos investidores no pa�s ao permitir que uma companhia sem sede no Brasil que eventualmente ganhe a licita��o possa ceder os direitos da obra para uma subsidi�ria que seja constitu�da no pa�s", afirma a nota.
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