Cr�tica
Abilio relata em livro banho no filho e sa�da do P�o de A��car
Fabio Braga/Folhapress | ||
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O empres�rio Abilio Diniz, que lan�a o livro "Novos Caminhos, Novas Escolhas" |
Abilio Diniz viveu de tudo. Foi o menino pobre que ajudou o pai a construir fortuna com o P�o de A��car. Gordinho, saco de pancada na inf�ncia, achou no esporte o meio de ser respeitado.
Sofreu um violento sequestro em 1989. Enfrentou brigas com a fam�lia, salvou a empresa da quebradeira. Escreveu um livro, teve seis filhos, 17 netos, uma bisneta.
Mas uma atividade t�o trivial, dar um banho em um filho, ele s� experimentou aos 77, quando o ca�ula Miguel precisou de uma chuveirada numa viagem da fam�lia a Paris sem seguran�a nem bab�.
"Minha pr�tica era zero, mas ele mesmo cooperou", disse Abilio � Folha. A lacuna da experi�ncia que considerou "incr�vel" ele atribui aos "momentos da vida".
Mas faz piada: "Tenho quatro filhos adultos e dois pequenos. A Ana, minha mais velha, diz: 'Pai, voc� podia dar banho no Jo�o', meu segundo filho, de 53 anos".
Os �ltimos 12 anos foram de transforma��es: al�m do novo casamento e dois filhos pequenos, a sa�da do P�o de A��car e o recome�o em outras companhias como Carrefour, BRF e Pen�nsula foram relatados em primeira pessoa no livro "Novos Caminhos, Novas Escolhas" (Objetiva).
Como no best-seller anterior, "Caminhos e Escolhas", que vendeu 220 mil c�pias, ele faz apologia da longevidade saud�vel. Com os �ltimos anos, vieram novas conclus�es sobre a recomenda��o de um volume menor de carboidratos e esportes.
S�o esfor�os que o t�m feito mitigar o envelhecimento. Sua apar�ncia e desenvoltura n�o demonstram os seus 79 anos.
Questionado sobre a vantagem de ter disposi��o para continuar trabalhando em idade avan�ada num pa�s que hoje discute a necessidade de reformar sua Previd�ncia, Abilio evita fazer recomenda��es pessoais. Mas defende ser preciso adaptar as leis.
"A gera��o que vive hoje ter� 30 anos a mais do que seus av�s. As leis foram feitas para nossos av�s. Tem de ajustar isso. Cada vez mais teremos mais idosos sem trabalhar, precisando ser mantidos pela Previd�ncia, e menos gente trabalhando para pagar a conta do aposentado."
CEBOLA E DESPEDIDA
Religioso, Abilio usa as �ltimas p�ginas para publicar um "programa espiritual" com ora��es di�rias. Tamb�m oferece ao leitor a transcri��o de sua �ltima fala a funcion�rios do P�o de A��car em 2012, momento que descreve com leveza, apesar de "odiar tr�s coisas na vida: cebola, despertador e despedida".
Os anos anteriores, de disputa com os s�cios franceses do Casino para acertar sua sa�da, foram pesados. Conforme j� havia falado publicamente, seu erro foi n�o ter amarrado completamente o contrato.
"Eu e meus s�cios tivemos uma ruptura. Isso n�o � inusitado. A nossa foi mais violenta, com dois anos de dificuldade. Para mim, ficou claro que n�o poder�amos continuar juntos e quem teria de sair seria eu."
Abilio conta que foi "um choque" para quem construiu a empresa, mas superado. Para ele, as primeiras vers�es da hist�ria, de que ele tentaria quebrar contratos, est�o hoje "esclarecidas".
Novos Caminhos, Novas Escolhas |
Abilio Diniz |
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"As pessoas, me atribuindo uma for�a que eu nem sei se tenho, como um cara que consegue tudo o que quer, desconfiavam. Isso nunca passou pela minha cabe�a. Quando viram que eu sa� s� com a convers�o das a��es para poder vender no mercado e sem o 'non compete' [cl�usula que o impediria de competir no setor], foi assim: 'S� isso?'. O tempo contou uma hist�ria diferente: ele entregou o controle direitinho e, quando saiu, levou s� o que tinha direito."
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