O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, deu in�cio a um movimento de conversas com economistas de diferentes vertentes.

A atitude de Barbosa � vista como tentativa de sinalizar que est� disposto a construir consenso em torno das medidas necess�rias para tirar o Brasil da crise.

Nesta quinta-feira (4), em S�o Paulo, o ministro teve encontros individuais com Marcos Lisboa, presidente do Insper, e com Luiz Gonzaga Belluzzo, professor aposentado da Unicamp.

De acordo com Belluzzo –economista de linha heterodoxa, mais afinada com as ideias de Barbosa–, a conversa entre eles girou principalmente em torno da proposta do ministro de adotar uma meta de superavit prim�rio (economia do setor p�blico para pagar juros da d�vida) de mais longo prazo.

Atualmente, o governo mira objetivos anuais.

"Ele exp�s o ponto de vista dele de tentar recuperar o equil�brio fiscal, mas, ao mesmo tempo, impedir a continua��o da brusca queda da atividade", diz o economista, que foi secret�rio de Pol�tica Econ�mica do Minist�rio da Fazenda no governo Sarney.

De acordo com Belluzzo, a tentativa do governo de fazer, no ano passado, um forte ajuste fiscal de curto prazo acabou tendo efeito contr�rio ao desejado.

"A queda da atividade se acentuou, o resultado das contas p�blicas se deteriorou e as expectativas para a economia pioraram ainda mais", afirma o economista, que apoia a ideia de Barbosa.

DIAGN�STICO

J� Lisboa, economista de orienta��o liberal, apresentou a Barbosa seu diagn�stico sobre a conjuntura e sua vis�o sobre as medidas que deveriam ser tomadas para reverter o atual quadro recessivo e melhorar as perspectivas de crescimento no longo prazo.

"Falei sobre v�rios temas, como a necessidade da reforma da Previd�ncia, de medidas para melhorar o ambiente de neg�cios e aumentar a transpar�ncia das contas do setor p�blico."

O economista –que foi vice-presidente do Ita� e secret�rio de Pol�tica Econ�mica do Minist�rio da Fazenda no governo Lula– defende a cria��o de uma esp�cie de "comiss�o fiscal da verdade", que, segundo ele, permitiria ao governo fazer pol�tica p�blica de forma mais organizada.

Apesar do profundo quadro recessivo vivido pelo pa�s, Lisboa se diz menos pessimista do que h� dois anos.

"Antes o debate n�o flu�a. Agora, estamos, pelo menos, discutindo os problemas que o pa�s enfrenta."

Tamb�m estavam previstas na agenda do ministro conversas com Bernard Appy –que integrou a equipe econ�mica do governo Lula e hoje � diretor do Centro de Cidadania Fiscal– e Marcio Pochmann, professor da Unicamp e ex-presidente do Ipea.