BC interrompe aumento de juros e mant�m Selic em 13,75% ao ano
Os efeitos da crise internacional de cr�dito no Brasil levaram o Copom (Comit� de Pol�tica Econ�mica do Banco Central) a manter a taxa b�sica de juros inalterada em 13,75% ao ano.
"Avaliando o cen�rios prospectivo e o balan�o de riscos para a infla��o, em ambiente de maior incerteza, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem vi�s", afirmou o comit� em nota ap�s a reuni�o.
A ind�stria se dividiu entre elogios e cr�ticas. "No quadro em que se encontra a economia, medida n�o favorece o pa�s", afirmou a Fiesp. Em nota, a Abdib (Associa��o Brasileira da Infra-estrutura e Ind�strias de Base) afirmou que a decis�o foi "coerente e respons�vel". A (Confedera��o Nacional da Ind�stria), por sua vez, classificou como uma "atitude sensata".
J� a For�a Sindical chamou de "insensatez" do Banco Central a manuten��o. Entidades representativas do com�rcio do Rio e de S�o Paulo afirmam entender a posi��o cautelosa, mas pedem redu��o para breve.
Arte Folha Online | ||
A maior parte dos economistas do mercado financeiro j� apostava em uma "parada t�cnica" na alta dos juros para "avaliar a situa��o". Outros ainda esperavam um aumento de 0,25 ponto percentual, menor que alta anunciada na �ltima reuni�o do Copom, quando os juros haviam subido 0,50 ponto percentual.
A taxa Selic vinha subindo desde abril. Desde ent�o, foram quatro altas seguidas que elevaram os juros de 11,25% ao ano para o patamar atual.
Na pesquisa semanal feita pelo BC com o mercado financeiro, os economistas previam uma alta dos juros para 14% ao ano hoje e outra alta para 14,25% ao ano em dezembro (o Copom se re�ne a cada 45 dias aproximadamente). Os bancos com maior n�mero de acertos na pesquisa, no entanto, prev�em que a Selic v� ficar inalterada pelo menos pelos pr�ximos 12 meses.
BC dividido
Na reuni�o do m�s passado, no dia 10 de setembro, o BC havia se mostrado dividido, cen�rio que mudou hoje. Parte da diretoria acreditava que era hora de suspender o aumento dos juros e esperar para ver se a crise n�o iria afetar o crescimento e o cr�dito no pa�s. A maioria do BC decidiu, no entanto, que era preciso manter o aperto nos juros, de olho na infla��o.
Quatro dias depois da decis�o do BC brasileiro, teve in�cio o pior momento da crise internacional de cr�dito. No dia 15 de setembro, o Lehman Brothers, um dos maiores bancos dos EUA, pediu concordata.
Pouco depois, a crise desembarcava no Brasil. Na mesma semana, o d�lar disparou e o BC iniciou uma s�rie de leil�es de contratos de c�mbio e d�lares para acalmar o mercado financeiro. Uma semana depois, j� havia relatos de pequenos bancos e empresas exportadoras sem cr�dito, o que obrigou o BC a injetar dinheiro na economia por meio da libera��o dos dep�sitos compuls�rios.
O compuls�rio (parte do dinheiro dos correntistas que os bancos s�o obrigados a manter depositado no BC) � uma das ferramentas, junto com a taxa b�sica de juros, que o BC usa para controlar a quantidade de dinheiro na economia, e assim influenciar o n�vel de cr�dito e a infla��o.
Posi��o dif�cil
Diante do novo cen�rio, os economistas j� come�aram a avaliar que n�o faria sentido aumentar o dinheiro dispon�vel para cr�dito por meio da libera��o dos compuls�rios e, na outra ponta, aumentar os juros para conter o consumo.
Outra mudan�a de cen�rio que deixou o BC em uma posi��o dif�cil para justificar um novo aumento dos juros � a decis�o dos bancos centrais internacionais de intensificar o processo de redu��o da taxa b�sica nos pa�ses desenvolvidos.
A quest�o do d�lar � outro complicador desse cen�rio. Uma alta dos juros, em tese, serve tamb�m para atrair mais d�lares para o Brasil e segurar as cota��es. Ao segurar a alta da moeda norte-americana, o BC combate tamb�m a infla��o e ajuda a evitar um repasse dos pre�os dos importados para economia.
Os motivos para a decis�o do Copom ser�o conhecidos na quinta-feira da pr�xima semana, quando ser� divulgada a ata da reuni�o realizada hoje.
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