10 quest�es para entender o tremor na economia
O que era uma onda de calotes no mercado imobili�rio dos Estados Unidos se transformou em uma crise nos mercados de a��es, de cr�dito e de c�mbio do planeta --e os efeitos j� come�am a chegar ao com�rcio, aos empregos e ao cotidiano de todos. As pr�ximas p�ginas procuram trazer � linguagem comum as origens da crise, a din�mica do mundo financeiro e os desafios a serem enfrentados pelo Brasil.
Leia a seguir dez explica��es que ajudam a entender a atual crise:
1 - Como um momento de euforia econ�mica se transforma em p�nico financeiro?
2 - Se as autoridades culpam os especuladores, por que a especula��o n�o � coibida?
3 - Por que os bancos quebram? Por que s�o socorridos?
4 - De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos?
5 - Se as a��es n�o est�o diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?
6 - Por que o governo n�o consegue controlar a cota��o do d�lar?
7 - O que acontece em uma recess�o?
8 - Por que o Brasil tende a crescer menos?
9 - Por que as empresas brasileiras que nada t�m a ver com as origens da crise tiveram preju�zos milion�rios?
10 - Quais s�o as op��es do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise?
1 - Como um momento de euforia econ�mica se transforma em p�nico financeiro?
Crises especulativas como a atual --documentadas desde o s�culo 17, com dimens�es variadas-- s�o sempre gestadas em momentos de juros baixos e cr�dito farto, mais comuns em fases de prosperidade. E a economia mundial vivia o melhor momento desde a d�cada de 70.
O acesso mais f�cil ao dinheiro reduz a no��o geral de risco. Tanto profissionais do mercado quanto cidad�os comuns se tornam mais propensos a investimentos ousados, em busca de lucros mais altos e r�pidos.
Nesse cen�rio, surgem as 'bolhas': um tipo de investimento -sejam a��es, moedas, im�veis, empr�stimos ou, em tempos mais remotos, canais, ferrovias e at� tulipas- se torna uma mania e se valoriza muito al�m das reais possibilidades de retorno. Cria-se um c�rculo vicioso: quanto mais gente entra no mercado, mais ele se valoriza; quanto mais se valoriza, mais gente entra.
No caso atual, a bolha foi criada no mercado imobili�rio americano, antes de se disseminar por outros mercados e pa�ses. Casas e apartamentos com pre�os em alta serviam de garantia para financiamentos imobili�rios que ajudavam a elevar os pre�os. A espiral culminou em financiamentos de alt�ssimo risco para clientes sem capacidade de pagamento.
Os participantes do mercado sabem que a festa n�o vai durar para sempre. Paradoxalmente, isso estimula a corrida � especula��o: os investidores querem aproveitar a oportunidade antes do estouro da bolha.
Como se sabe que a situa��o � insustent�vel, o primeiro sinal --quebra de banco, disparada de uma moeda, morat�ria-- causa p�nico geral, e todos querem fugir ao mesmo tempo e multiplicam as perdas. Decis�es individuais racionais, portanto, podem levar a comportamentos coletivos irracionais.
2 - Se as autoridades culpam os especuladores, por que a especula��o n�o � coibida?
Os especuladores, tratados no coletivo e no anonimato, s�o bodes expiat�rios convenientes quando as crises explodem. Evoca-se a antipatia dedicada aos gananciosos que desejam enriquecer sem produzir, deixando em segundo plano os questionamentos � pol�tica econ�mica ou � atua��o dos �rg�os reguladores.
Propostas para restringir a especula��o s�o antigas e periodicamente lembradas. A mais famosa, do economista americano James Tobin, � a de criar um imposto sobre todas as transa��es financeiras, uma esp�cie de CPMF global, para tornar mais lentos e mais caros os movimentos do mercado. Nas palavras de seu idealizador, jogar 'um pouco de areia' nas engrenagens do sistema.
Passadas as crises, no entanto, as amea�as e limites impostos aos especuladores s�o esquecidos ou contornados. Em parte porque o setor financeiro � influente no mundo das id�ias e da pol�tica, mas, principalmente, porque a especula��o � um dos motores da economia de mercado.
Os especuladores --aqueles unicamente interessados em comprar e vender com lucro- viabilizam e expandem os mercados de a��es, de moedas e de t�tulos. Se n�o fosse a especula��o, s� compraria a��es, por exemplo, uma meia d�zia de fato interessada em se tornar s�cia de uma empresa.
A riqueza financeira se distancia cada vez mais dos valores que enxergamos diariamente. Em 1980, o volume de dinheiro aplicado no mercado financeiro era 20% superior � riqueza produzida no mundo. Em 2006, mais de 200%.
O Produto Interno Bruto global, no per�odo, quase quintuplicou, de US$ 10 trilh�es para US$ 48 trilh�es. Mais espantoso foi o salto do volume de dinheiro aplicado nos bancos, em t�tulos e a��es, que foi de US$ 12 trilh�es para US$ 167 trilh�es. Mais dinheiro no mercado significa mais possibilidades de investimento e crescimento -e mais riscos tamb�m.
3 - Por que os bancos quebram? Por que s�o socorridos?
Uma pessoa ou uma empresa quebrada � a que n�o consegue pagar suas d�vidas. Um banco quebrado � o que emprestou dinheiro a quem n�o conseguiu pagar as d�vidas, como mutu�rios do subprime americano.
O papel do sistema financeiro � intermediar o encontro entre os que desejam poupar e os que desejam investir. Sua tarefa � selecionar pessoas e empresas mais aptas a progredir e a conseguir pagar com juros o dinheiro recebido. Os menos aptos pagam juros maiores para compensar o risco.
Nos financiamentos imobili�rios tradicionais, o banco empresta recursos da poupan�a. Para os mutu�rios sem emprego, sem documentos e sem garantias dos EUA, a opera��o foi muito mais sofisticada.
Os empr�stimos serviram de base para t�tulos que proporcionavam a seus compradores os superjuros cobrados nos financiamentos imobili�rios. De pequeno valor unit�rio e livremente negoci�veis, t�tulos permitem que os credores se tornem m�ltiplos e an�nimos.
Os t�tulos, por sua vez, serviram de base para derivativos, ou seja, contratos em que as partes perdem ou ganham a partir da varia��o de um ativo financeiro, muito semelhante a uma aposta num cassino.
A sofistica��o n�o removeu o obst�culo mais prosaico e previs�vel: os pobres-coitados que habitam a economia real n�o puderam mais pagar as d�vidas.
Administradores de poupan�a p�blica, os bancos podem provocar perdas generalizadas ao quebrar. E, quanto maior o erro, maior a chance de socorro por governos que querem evitar ou atenuar uma onda de fal�ncias e desemprego.
4 - De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos?
Os bancos centrais, mesmo os que est�o formalmente subordinados a governos, como o brasileiro, t�m poder de decis�o para movimentar diariamente enormes quantias, necess�rias para a execu��o da pol�tica monet�ria, ou seja, de controle do volume de dinheiro e cr�dito na economia.
Dos seus superpoderes, o mais usual e importante s�o as opera��es de mercado aberto, em que se negociam t�tulos com bancos. Quando querem elevar a oferta de moeda e reduzir juros, os bancos centrais compram t�tulos --como fizeram na semana passada os seis principais BCs do mundo.
Quando se deseja um aperto monet�rio, como o BC brasileiro vem fazendo para conter a infla��o, vendem-se t�tulos, e h� menos dinheiro na pra�a. Os juros dessas opera��es servem de base para as demais opera��es da economia e, por isso, s�o chamados de "taxa b�sica".
Para regular a oferta de cr�dito, os bancos centrais recolhem parte dos dep�sitos em contas correntes e aplica��es financeiras. Nos �ltimos dias, o BC brasileiro liberou mais de R$ 100 bilh�es desse recolhimento compuls�rio para tentar conter queda do volume de empr�stimos e financiamentos.
Por fim, os bancos centrais t�m o papel de atender, a seu crit�rio, bancos que n�o conseguem obter no mercado recursos para opera��es di�rias. Por maiores que sejam, esses empr�stimos � base de emiss�o de moeda s� resolvem problemas moment�neos de liquidez.
Se o banco tem problemas patrimoniais, ou seja, se o dinheiro dos devedores for insuficiente para saldar compromissos, seus donos t�m de entrar com mais capital. Se n�o t�m dinheiro, a solu��o do momento � achar um s�cio --o governo, ou, mais exatamente, dinheiro dos contribuintes.
5 - Se as a��es n�o est�o diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?
Quem compra a��es se torna s�cio de uma empresa e, portanto, espera lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. Se as expectativas para os pr�ximos meses e anos se tornam sombrias, os investidores se desfazem das a��es, e o movimento de venda em massa derruba os pre�os.
Ainda que a maior parte dos participantes do mercado n�o queira rela��es duradouras com as empresas, mas apenas comprar e vender com vantagem suas participa��es, a valoriza��o das a��es depende das perspectivas para a empresa em particular e para o mercado em geral.
A��es de empresas diretamente envolvidas na crise, como as de bancos que se aventuraram no cr�dito arriscado ou nos derivativos a ele atrelados, tendem a cair mais, mas as demais tampouco est�o a salvo.
Os mercados financeiros s�o interligados em todo o mundo. Um investidor que teve preju�zo com derivativos no Jap�o, por exemplo, pode ser obrigado a vender a��es no Brasil para cobrir as perdas.
A��es s�o o que se chama de investimento de renda vari�vel. Diferentemente de quem aplica na poupan�a ou em um CDB, os compradores de a��es n�o sabem quanto nem quando v�o ganhar. Sabem apenas que pretendem ganhar mais do que oferecem as op��es conservadoras de renda fixa.
N�o por acaso, h� uma sucess�o fren�tica de compras e vendas nas Bolsas, o que faz o �ndice geral das a��es alternar altas e baixas em quest�o de minutos. O mercado brasileiro, com grande presen�a de capital estrangeiro e concentrado nas a��es de poucas empresas grandes, como a Petrobras e a Vale do Rio Doce, tende a ser ainda mais vol�til --ou seja, apresentar percentuais mais elevados de alta ou de baixa- do que a m�dia das Bolsas de Valores do mundo.
Emo��es � parte, quando se observa o comportamento do mercado em per�odos mais longos, medidos em d�cadas, a tend�ncia geral � sempre de alta -porque, afinal, tamb�m assim funciona, aos trancos e barrancos, o capitalismo.
6 - Por que o governo n�o consegue controlar a cota��o do d�lar?
O c�mbio � o pre�o mais importante da economia, mais ainda em pa�ses, como o Brasil, cujas moedas n�o s�o aceitas como pagamento de importa��es ou pagamento de d�vidas com o exterior.
O pre�o do d�lar afeta o com�rcio, a infla��o, as contas do governo, o crescimento econ�mico e a popularidade dos governantes.
Ainda assim, o governo passou os �ltimos anos tentando, sem sucesso, segurar a valoriza��o do real -e as �ltimas semanas tentando, tamb�m inutilmente, deter a disparada do d�lar. Devido a essa incapacidade, proclama-se oficialmente, desde 1999, que o c�mbio � livre no Brasil.
N�o � dif�cil entender: o mercado de c�mbio � o maior dos mercados financeiros, com movimento di�rio de US$ 3 trilh�es a US$ 4 trilh�es que podem ir de um extremo a outro do planeta em alguns segundos.
Mesmo as nada desprez�veis reservas de US$ 200 bilh�es acumuladas pelo Banco Central poderiam virar farelo se o governo tentasse, como no passado, administrar sua taxa de c�mbio em um cen�rio de livre fluxo de capitais.
Para manter o c�mbio, o governo precisa atender aos movimentos de compra e venda do mercado: se falta d�lar, precisa vender suas reservas para ampliar a oferta e evitar uma disparada das cota��es; se sobra, compra o excesso para manter o pre�o est�vel.
Nos �ltimos meses de c�mbio administrado, o pa�s precisava paralisar sua economia com juros de 40% ao ano na tentativa de atrair os d�lares necess�rios.
Mas esse n�o � um caso de incompet�ncia nacional. Os Estados Unidos e o Jap�o adotaram o c�mbio flutuante na d�cada de 70, e a Europa, nos 90.
Onde houve liberdade, o fluxo de capitais derrubou o sistema de cota��es que havia sido acertado entre os pa�ses na confer�ncia de Bretton Woods, em 1944 -a �ltima iniciativa de controle das finan�as globais, sempre lembrada em tempos de crise e esquecida logo depois.
7 - O que acontece em uma recess�o?
Uma recess�o come�a quando investidores acreditam que a hora n�o � boa para investir e consumidores cr�em que a hora n�o � boa para consumir. E, na tentativa de protegerem sua riqueza, todos empobrecem.
O desalento n�o � um mero estado de esp�rito. Empresas e fam�lias afetadas pela crise perderam efetivamente condi��es de investir e consumir, como os donos de a��es e im�veis que perderam valor. N�o se trata de um caso em que uns perdem e outros ganham, num jogo de soma zero: essa riqueza simplesmente desapareceu.
Quando n�o se confia no futuro, o medo toma o lugar da gan�ncia. Evita-se emprestar dinheiro e procura-se poupar para dias dif�ceis. Mas, com a retra��o de investimento e consumo, empresas vendem menos; com a queda nos lucros, h� mais demiss�es; com menos renda, as fam�lias cortam o consumo, e o ciclo recome�a.
Tecnicamente, os economistas consideram que h� uma recess�o quando o PIB (Produto Interno Bruto) cai por dois ou tr�s trimestres consecutivos. Quando se imagina uma queda profunda e prolongada do PIB, fala-se, mais dramaticamente, em depress�o --mas, ap�s a d�cada de 30, nenhum per�odo da hist�ria econ�mica mundial chegou a merecer o termo.
Recess�es mundiais s�o raras: na hist�ria recente, n�o h� casos de anos em que o PIB global tenha terminado menor do que come�ou. Em 1982, em meio � crise da onda de calotes do Terceiro Mundo, a economia mundial cresceu 0,9%, e desde ent�o n�o houve resultado pior. No Brasil, a pior recess�o ocorreu em 1990, quando o Plano Collor confiscou dep�sitos banc�rios e o PIB caiu 4,4%.
8 - Por que o Brasil tende a crescer menos?
Depois de dois anos seguidos de expans�o econ�mica na casa dos 5%, o governo j� decretava que fazia parte do passado a compara��o entre o crescimento brasileiro e um v�o de galinha. Agora, a galinha est� prestes a pousar mais uma vez.
N�o h�, at� o momento, previs�es de recess�o, mas � consensual que os percentuais de crescimento ser�o mais modestos em 2009. Andar mais devagar n�o � t�o ruim quanto andar para tr�s, mas os efeitos econ�micos e pol�ticos s�o da mesma natureza.
O Brasil j� sofre com a retra��o mundial do cr�dito. Boa parte do dinheiro emprestado aqui dentro � obtida l� fora. Com recess�o nos Estados Unidos e na Europa, encolhe o mercado para as exporta��es brasileiras, que tamb�m cair�o de pre�o. Multinacionais tendem a cancelar ou adiar planos de expans�o no pa�s.
Outra amea�a � a recente disparada do d�lar, que n�o se sabe onde ou quando vai parar. Se o d�lar se mantiver alto, importa��es ficar�o mais caras e a infla��o tender� a subir. Nesse caso, o Banco Central, na contram�o do resto do mundo, poder� optar por subir ainda mais os juros e conter o consumo, o investimento, o crescimento e os pre�os.
Empresas entram no mercado de derivativos para se protegerem de perdas, enquanto os especuladores assumem os riscos para ganhar. Sadia, Aracruz e Votorantim --entre muitas outras, teme-se-- acabaram participando de uma tentativa de fazer as duas coisas.
Embora o nome cause estranheza, derivativos fazem parte do cotidiano de quem faz, por exemplo, o seguro de um autom�vel. O dono do carro n�o quer sair mais rico do neg�cio; quer simplesmente uma opera��o que, se for preciso, render� dinheiro suficiente para cobrir poss�veis preju�zos de sua atividade de motorista. � o que se chama de hedge.
Na outra ponta da opera��o, est� um especulador apostando que o carro n�o ser� batido nem roubado, a seguradora. Se a aposta estiver correta, ela ficar� com o pr�mio pago pelo dono do carro.
Os demais derivativos podem ser mais complexos, mas seguem os mesmos princ�pios. Empresas exportadoras, com receita em d�lar, buscam se proteger de uma desvaloriza��o vendendo a moeda americana no mercado futuro por uma cota��o considerada razo�vel. Se o d�lar mudar de patamar, a perda em receita ser� compensada pelo derivativo.
Como o d�lar ca�a sem parar, os bancos passaram a oferecer �s empresas opera��es que prometiam ganhos superiores ao necess�rio para cobrir riscos de perdas. O que era hedge virou especula��o. E dava lucro, at� a crise provocar uma alta inesperada do d�lar -que, se n�o for revertida, poder� revelar mais empresas no jogo e perdas maiores.
10 - Quais s�o as op��es do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise?
A primeira rea��o do governo tem sido tentar evitar ou atenuar a secura de cr�dito, cuja expans�o foi um dos motores da economia brasileira nos �ltimos anos, embora ret�rica oficial prefira dar m�rito ao PAC.
Mas, como aconteceu em todas as crises recentes, o pa�s pode ser obrigado a escolher entre crescimento e infla��o --sacrificar o primeiro para evitar a segunda ou, na alternativa menos conservadora, tentar acelerar um correndo o risco de impulsionar a outra.
No primeiro caso, a receita � conhecida: os juros s�o mantidos ou at� elevados, e o mesmo � feito com a meta de super�vit prim�rio (a parcela da arrecada��o tribut�ria destinada ao abatimento da d�vida p�blica). As medidas reduzem o consumo p�blico e privado, esfriam a economia e ajudam a impedir que a alta do d�lar se transforme em aumento da infla��o.
Esse era o cen�rio tra�ado antes do agravamento da crise, quando as aten��es do governo se voltavam para a r�pida piora da balan�a comercial, efeito colateral do consumo em alta. O projeto de Or�amento de 2009 j� contempla a possibilidade de aumentar super�vit prim�rio.
Mas a perspectiva de contra��o econ�mica acima do esperado levou setores menos ortodoxos da equipe econ�mica a falar, at� aqui no anonimato, em medidas pr�-crescimento, de mais gastos p�blicos, menos impostos e menos juros. � o que os economistas chamam de pol�tica antic�clica: quando a economia vai bem, o governo faz mais economia; quando vai mal, gasta-se. No caso brasileiro, j� n�o h� mais tempo para a primeira parte do plano.
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Atualizado em 08/07/2024 | Fonte: CMA | ||
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