As telenovelas não só sobreviveram às mudanças tecnológicas, mas também são a melhor aposta para o futuro do audiovisual brasileiro. É o que argumenta Rosane Svartman, autora da novela "Vai na Fé", um dos maiores sucessos recentes da TV Globo, que levou à telinha uma protagonista evangélica.
Além de trabalhar como criadora, Svartman também tem um trabalho como pesquisadora. Ela acaba de publicar "A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira" (ed. Cobogó), fruto da pesquisa de doutorado dela na UFF (Universidade Federal Fluminense).
Na obra, Svartman explica as matrizes do gênero, conta como funciona a criação de uma história do tipo nos bastidores —e analisa como fica a novela com as transformações recentes do mercado audiovisual.
Em entrevista ao Ilustríssima Conversa deste sábado (5), Svartman discute ainda o que as novelas brasileiras têm de particular, analisa a influência delas nos debates da sociedade e projeta qual será o papel dessas narrativas no futuro.
"A telenovela é o nosso conteúdo mais longevo e com mais conexão com a sociedade. Enquanto ela se mantiver nesse contexto, com a audiência que tem, ela vai continuar sendo o que é em qualquer tela", diz Svartman.
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O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.
Já participaram do Ilustríssima Conversa Bela Gil, que defendeu a remuneração do trabalho realizado por donas de casa, Javier Montes, escritor espanhol que se debruçou sobre a vida da dançarina e naturista Luz del Fuego, Paulo Arantes, professor de filosofia da USP para quem Lula terá sucesso se frear a extrema direita, Eliane Brum e Maria Rita Kehl, convidadas para o episódio comemorativo dos cinco anos do podcast, João Moreira Salles, autor de um livro sobre o modelo predatório de ocupação da Amazônia, Ailton Krenak, que abordou a tragédia do povo yanomami, Gabriela Lotta e Pedro Abramovay, que discutiram os papéis de burocratas e políticos em uma democracia, Felipe Loureiro, que analisou as relações entre EUA e Rússia depois do início da Guerra da Ucrânia, Denise Ferreira da Silva, para quem a violência racial é um pilar da modernidade, Letícia Cesarino, antropóloga que expõe como algoritmos favorecem o populismo, entre outros convidados.
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