O episódio desta semana do Ilustríssima Conversa, podcast da Folha em parceria com o Itaú Cultural, discute o pensamento e a obra de Lélia Gonzalez (1935-1994), uma das mais importantes intelectuais negras brasileiras.
O podcast recebe Flavia Rios, professora de sociologia da UFF (Universidade Federal Fluminense) e coorganizadora, com a professora da USP Márcia Lima, da coletânea "Por um Feminismo Afro-latino-americano" (Zahar).
O livro reúne, pela primeira vez, a maior parte da vasta produção de Lélia Gonzalez. Os ensaios acadêmicos, os discursos em eventos e as entrevistas que a obra apresenta revelam uma pensadora comprometida em analisar a condição marginalizada da mulher negra no Brasil e em criticar os mecanismos que reproduzem o racismo, o machismo e todo tipo de desigualdade e violência.
Intelectual engajada, Lélia Gonzalez denunciou o mito da democracia racial, que considerava um entrave à superação do racismo e à democratização do Brasil, e participou da fundação do MNU (Movimento Negro Unificado) durante a ditadura militar.
Na conversa, Rios discutiu os principais marcos da vida de Lélia Gonzalez, as interpretações da autora sobre a formação da cultura brasileira, que recorriam à psicanálise e sublinhavam a importância do universo simbólico africano, e o legado do pensamento de Gonzalez ao feminismo negro e às lutas antirracistas no Brasil e na América Latina.
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O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.
Já participaram do Ilustríssima Conversa Karla Monteiro, biógrafa do jornalista Samuel Wainer, Vinicius Torres Freire, que tratou de medidas econômicas durante a crise do coronavírus, Muryatan Barbosa, pesquisador da história do pensamento africano, Júlio Delmanto, que discutiu os primeiros usos do LSD e a repressão à substância, Elena Brugioni, que abordou as literaturas africanas e a descolonização do imaginário, Marta Arretche, que debateu as desigualdades e as políticas sociais no Brasil, Sérgio Augusto, que discutiu os rumos do cinema em meio à pandemia de coronavírus, Sidney Chalhoub, que lembrou a politização de epidemias ao longo da história, entre outros convidados.
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