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Grammy opõe Beyoncé e Taylor Swfit e coroa esforço de Anitta no funk

Premiação, que acontece em fevereiro do ano que vem, divulga lista de indicados com recorde da cantora de ‘Cowboy Carter’

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São Paulo

A lista de indicados ao próximo Grammy, divulgada nesta sexta-feira, coroou o esforço de internacionalização de Anitta, que concorre a melhor álbum pop latino, e solidificou uma disputa no pop —Beyoncé contra Taylor Swift. As duas gigantes da premiação batalharam por audiência com seus álbuns no streaming, tiveram as turnês mais faladas —e lucrativas— do mundo e competiram até por bilheteria nos cinemas.

Beyoncé durante cerimônia da premiação iHeartRadio em Los Angeles, em abril
Beyoncé durante cerimônia da premiação iHeartRadio em Los Angeles, em abril - Mario Anzuoni/REUTERS

Beyoncé larga na frente em indicações, com 11, número que a fez alcançar 99 na carreira, ultrapassar o marido Jay-Z e bater o recorde nesta edição. Ajudou o fato de "Cowboy Carter", pela diversidade sonora, concorrer em categorias de gêneros diferentes, incluindo pop, rap e country.

Swift teve seis indicações, mas isso pouco importa para os maiores prêmios em jogo, os gerais —gravação, música e álbum do ano. Beyoncé é a maior vencedora da história do Grammy, com 32 troféus, mas ganhou a maioria em categorias de gêneros específicos.

Swift, que não alcança Beyoncé em quantidade, é mais reconhecida em qualidade. Já levou quatro vezes o troféu de álbum do ano, que a concorrente nunca venceu. Só em uma ocasião elas se enfrentaram —em 2010, quando "Fearless" bateu "I Am … Sasha Fierce".

"The Tortured Poets Department", disco de Swift que concorre agora, teve números superlativos, mas gerou menos empolgação do que a turnê "The Eras". Isso pode ajudar Beyoncé a finalmente levar um prêmio que já perdeu quando era favorita, contra Harry Styles, Adele e até Beck.

Mas "Cowboy Carter", em que Beyoncé reivindica as origens negras do country, também não é o disco mais forte com que ela chega à premiação. Esse cenário pode abrir caminho para concorrentes de menos peso na indústria.

A mais forte delas é Billie Eilish —que surgiu como um furacão há cinco anos e hoje é figurinha carimbada no Grammy—, com o álbum "Hit Me Hard and Soft". Correndo por fora estão Charli XCX, com "Brat", e Chappell Roan, com "The Rise and Fall of a Midwest Princess". Elas representam duas faces de uma renovação pop.

"Brat", termo que virou febre, é a obra menos palatável entre os sucessos pop do ano. O disco exalta a pista de dança e solidifica o estilo hyperpop, que mistura sons doces e esquisitos, refrões chiclete e melodias metálicas.

Já Roan desponta como fenômeno de popularidade esteticamente mais alinhado a premissas estabelecidas da música pop, com ecos dos anos 1980 e temas de romances entre mulheres. A obra tende a agradar mais ao Grammy —premiação conservadora, que costuma preferir o que soa familiar em relação ao que é mais ousado.

Sabrina Carpenter, novo nome do pop, teve um álbum de sucesso, mas passou longe do impacto estético de Eilish há cinco anos, por exemplo. Suas chances maiores estão em artista revelação, em que ela e Roan são as favoritas.

Uma vitória de Jacob Collier ou André 3000 é improvável. O ex- Outkast, aliás, tem a indicação menos pop do Grammy numa categoria geral em anos. Seu álbum "New Blue Sun", dedicado à flauta, tem diversas faixas com mais de dez minutos. Não deixa de ser uma boa notícia para quem gostaria de ver a premiação mais preocupada com música do que com números.

Quem pode ofuscar esses discos —e suas respectivas músicas— é Kendrick Lamar. O rapper não concorre em álbum do ano, porque não lançou um disco, mas angariou sete indicações com a canção "Not Like Us", último ato de uma guerra de rimas que ele protagonizou contra Drake neste ano —uma das maiores disputas do rap nos últimos anos.

Entre as músicas, Lady Gaga e Bruno Mars vêm fortes com "Die with a Smile", caso também dos Beatles, com "Now and Then", gravação antiga finalizada agora com a ajuda de tecnologias vindas da inteligência artificial.

Fora das disputas principais, Anitta vai novamente representar o Brasil. A cantora, que há dois anos perdeu na categoria de artista revelação, agora disputa contra Shakira e Kali Uchis, concorrentes mais fortes, em melhor álbum pop latino. A mera presença dela é motivo de celebração e reflete os anos de trabalho para internacionalizar seu nome.

A cantora desta vez concorre com "Funk Generation", disco mais ambicioso de funk da história. Mais importante do que chegar lá é fazer isso sem soar como um subproduto do pop americano ou do reggaeton, o que ela tentou em "Versions of Me", álbum de 2022.

Anitta agora vai levar o Brasil ao Grammy pelo funk —um funk feito para ser ouvido no exterior, sim, mas calcado em estruturas melódicas e rítmicas que respeitam o legado e a originalidade desse jeito de se fazer música.

Além dela, há outros brasileiros indicados à premiação. Milton Nascimento disputa a categoria melhor álbum de jazz vocal com "Milton + Esperanza", disco feito com a americana Esperanza Spalding. Eliane Elias concorre em melhor álbum de jazz latino, mesma categoria de Hamilton de Holanda, este com o álbum em parceria com o pianista cubano Gonzalo Rubalcaba.

Veja a lista dos indicados às principais categorias do Grammy 2024. A lista completa pode ser vista no site da premiação.

Álbum do ano

  • "New Blue Sun," André 3000
  • "Cowboy Carter," Beyoncé
  • "Short n’ Sweet," Sabrina Carpenter
  • "Brat," Charli XCX
  • "Djesse Vol. 4," Jacob Collier
  • "Hit Me Hard and Soft," Billie Eilish
  • "The Rise And Fall of a Midwest Princess," Chappell Roan
  • "The Tortured Poets Department," Taylor Swift

Gravação do ano

  • "Now and Then", The Beatles
  • "Texas Hold ’Em", Beyoncé
  • "Espresso", Sabrina Carpenter
  • "360," Charli XCX
  • "Birds of a Feather", Billie Eilish
  • "Not Like Us", Kendrick Lamar
  • "Good Luck, Babe!", Chappell Roan
  • "Fortnight", Taylor Swift featuring Post Malone

Canção do ano

  • "A Bar Song (Tipsy)", Shaboozey
  • "Birds of a Feather", Billie Eilish
  • "Die With a Smile", Lady Gaga and Bruno Mars
  • "Fortnight", Taylor Swift featuring Post Malone
  • "Good Luck, Babe!", Chappell Roan
  • "Not Like Us", Kendrick Lamar
  • "Please Please Please", Sabrina Carpenter
  • "Texas Hold ’Em", Beyoncé

Artista revelação

  • Benson Boone
  • Sabrina Carpenter
  • Doechii
  • Khruangbin
  • Raye
  • Chappell Roan
  • Shaboozey
  • Teddy Swims

Melhor performance pop solo

  • "Bodyguard", Beyoncé
  • "Espresso", Sabrina Carpenter
  • "Apple", Charli XCX
  • "Birds of a Feather", Billie Eilish
  • "Good Luck, Babe!", Chappell Roan

Melhor performance pop duo ou grupo

  • "Us", Gracie Abrams featuring Taylor Swift
  • "Levii’s Jeans", Beyoncé featuring Post Malone
  • "Guess", Charli XCX and Billie Eilish
  • "The Boy Is Mine", Ariana Grande, Brandy and Monica
  • "Die With a Smile", Lady Gaga and Bruno Mars

Melhor gravação de pop dance

  • "Make You Mine", Madison Beer
  • "Von Dutch", Charli XCX
  • "L’Amour de Ma Vie (Over Now Extended Edit)", Billie Eilish
  • "Yes, And?", Ariana Grande
  • "Got Me Started", Troye Sivan

Melhor álbum de rock

  • "Happiness Bastards," The Black Crowes
  • "Romance," Fontaines D.C.
  • "Saviors," Green Day
  • "Tangk," Idles
  • "Dark Matter," Pearl Jam
  • "Hackney Diamonds," The Rolling Stones
  • "No Name," Jack White

Melhor performance de rock

  • "Now and Then," The Beatles
  • "Beautiful People (Stay High)," The Black Keys
  • "The American Dream Is Killing Me," Green Day
  • "Gift Horse," Idles
  • "Dark Matter," Pearl Jam
  • "Broken Man," St. Vincent

Melhor álbum alterantivo

  • "Wild God", Nick Cave & The Bad Seeds
  • "Charm", Clairo
  • "The Collective", Kim Gordon
  • "What Now", Brittany Howard
  • "All Born Screaming", St. Vincent

Melhor performance alternativa

  • "Neon Pill", Cage the Elephant
  • "Song of the Lake", Nick Cave & the Bad Seeds
  • "Starburster", Fontaines D.C.
  • "Bye Bye", Kim Gordon
  • "Flea", St. Vincent

Melhor performance de R&B

  • "Guidance", Jhené Aiko
  • "Residuals", Chris Brown
  • "Here We Go (Uh Oh)", Coco Jones
  • "Made for Me (Live on BET)", Muni Long
  • "Saturn", SZA

Melhor álbum de R&B

  • "11:11 (Deluxe)", Chris Brown
  • "Vantablack", Lalah Hathaway
  • "Revenge", Muni Long
  • "Algorithm", Lucky Daye
  • "Coming Home", Usher

Melhor performance de rap

  • "Enough (Miami)", Cardi B
  • "When the Sun Shines Again", Common and Pete Rock featuring Posdnuos
  • "Nissan Altima", Doechii
  • "Houdini", Eminem
  • "Like That", Future and Metro Boomin featuring Kendrick Lamar
  • "Yeah Glo!", GloRilla
  • "Not Like Us", Kendrick Lamar]

Melhor álbum de rap

  • "Might Delete Later", J. Cole
  • "The Auditorium, Vol. 1", Common and Pete Rock
  • "Alligator Bites Never Heal", Doechii
  • "The Death Of Slim Shady (Coup De Grâce)", Eminem
  • "We Don’t Trust You", Future and Metro Boomin

Melhor álbum pop latino

  • "Funk Generation", Anitta
  • "El Viaje", Luis Fonsi
  • "García", Kany García
  • "Las Mujeres Ya No Lloran", Shakira
  • "Orquídeas", Kali Uchis

Melhor trilha sonora para mídia visual

  • "A Cor Púrpura"
  • "Deadpool & Wolverine"
  • "Maestro"
  • "Saltburn"
  • "Twisters"

Melhor canção para obra audiovisual

  • "Ain’t No Love in Oklahoma", de "Twisters"
  • "Better Place", de "Trolls 3 - Juntos Novamente"
  • "Can’t Catch Me Now", de "Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes"
  • "It Never Went Away", de "American Symphony"
  • "Love Will Survive", de "O Tatuador de Auschwitz"
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