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Justiça anula julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo em set de filmagem

Defesa do ator usou o argumento de que as autoridades haviam escondido e danificado evidências do caso

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Los Angeles | AFP

A Justiça anulou o julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo nesta sexta-feira (12) argumentando ocultação de provas, em uma reviravolta dramática no processo que buscava esclarecer a responsabilidade do ator na tragédia que abalou o set de "Rust".

A defesa do ator havia apresentado uma moção para solicitar a anulação sob o argumento de que as autoridades "enterraram" evidências do caso, ao que a juíza Mary Marlowe Sommer acatou considerando que a ocultação de evidência potencialmente chave prejudicou o processo.

Ramsay De Guve/AFP
Alec Baldwin abraça advogada após julgamento de homicídio culposo ser anulado - RAMSAY DE GIVE/AFP

O julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo após o disparo fatal no set de "Rust" foi pausado nesta sexta-feira pela juíza do caso, após a defesa do ator apresentar uma moção que acusa o Estado de suprimir evidências e coloca o caso em dúvida.

Baldwin manuseava um revólver Colt calibre .45 durante um ensaio trágico em outubro de 2021 no Rancho Bonanza Creek, no Novo México, quando a arma disparou uma bala que matou a diretora de fotografia do filme de faroeste, Halyna Hutchins, e feriu o diretor.

A questão surgiu na quinta-feira enquanto Alex Spiro, um dos advogados de Baldwin, interrogava a perita forense Marissa Poppell, que confirmou ter recebido o estojo de balas de um ex-policial e classificado o artefato sob instruções superiores, fora do âmbito do caso, sem enviá-lo ao FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, para análises.

Questionada pela promotora Kari Morrissey, Poppell afirmou que as balas não correspondiam à munição real encontrada no set de "Rust", o que parecia encerrar o assunto.

Poppell, no entanto, foi chamada de volta ao tribunal nesta sexta-feira, agora com as balas para serem examinadas pela juíza Sommer, bem como pela promotoria e pela defesa, que pediu para incluí-las como evidência no caso.

A narrativa da defesa de Baldwin nos dois primeiros dias de julgamento é que a polícia não investigou de forma abrangente o caso e se concentrou apressadamente no ator.

Spiro argumentou nesta sexta que os investigadores "enterraram" evidências ao não apresentarem o estojo de balas.

O advogado já havia mencionado em seus argumentos iniciais na quarta-feira que, durante a perícia, o FBI danificou irreparavelmente o revólver Colt calibre .45 cuja bala atingiu Hutchins.

Isso impediu, segundo o advogado, comprovar a versão de Baldwin questionada pelas autoridades: que a arma disparou sem que ele apertasse o gatilho.

"Foi um plano perfeito", declarou Spiro nesta sexta-feira, insinuando que a destruição da arma e a supressão de evidências foram intencionais para prejudicar seu cliente.

Baldwin, de terno escuro e óculos de armação grossa, observava a discussão com expressão tensa e braços cruzados, enquanto sua esposa, Hilaria, e seus irmãos, Stephen e Beth, faziam o mesmo nos fundos do tribunal.

O ator de 66 anos corre o risco de ser condenado a até 18 meses de prisão, mas a moção desta sexta-feira pode colocar um fim ao julgamento.

A investigação do caso nunca esclareceu como as balas reais, encontradas no carrinho de apoio, na caixa de balas e nos coldres pertencentes a Baldwin e a outro ator, entraram no set de filmagem, algo proibido pelos padrões da indústria.

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