A famosa tela "A Origem do Mundo", de Gustave Courbet, foi pintada com tinta vermelha no Centre Pompidou-Metz, na França. A obra foi emprestada para uma mostra pelo Museu D'Orsay, instituição com um dos maiores acervos de arte ocidental do século 19 do mundo.
O quadro, que mostra o torso e a vulva de uma mulher com as pernas abertas, estava protegido por um vidro, segundo a AFP. A artista Deborah de Robertis foi a responsável pela ação junto a outras duas jovens sem antecedentes criminais que foram presas nesta terça-feira.
Robertis disse à AFP que queria "desafiar a história da arte" ao escrever "MeToo" na obra, "porque as mulheres são a origem do mundo".
O MeToo é um importante movimento iniciado em meados de 2017, em Hollywood, quando atrizes denunciaram abusos sexuais cometidos pelo então megaprodutor de cinema Harvey Weinstein ao longo dos anos.
A partir dali, uma série de casos de assédio envolvendo outros diretores, atores e membros da indústria cinematográfica e de outros setores começaram a vir a tona.
Robertis não justificou o porquê do uso do "MeToo". "Estamos chocados com o vandalismo envolvendo obras de artistas, principalmente de artistas feministas, que estão no coração das lutas da história da arte", disse a diretora do Pompidou-Metz, Chiara Parisi.
Robertis foi condenada em 2020 na França e pagou uma multa de € 2.000, cerca de R$ 10 mil, por ter ficado nua diante da gruta do Santuário de Lourdes. Em 2017, ela também ficou sem roupas no Museu do Louvre, em Paris, diante do quadro "Mona Lisa", de Leonardo Da Vinci.
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