A artista Margareth Menezes, de 60 anos, foi empossada na noite desta segunda-feira como ministra da Cultura do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, como presidente da República.
Em clima de festa, a ministra assumiu o compromisso de reconstrução do ministério, celebrou suas raízes afro-indígenas, cantou no teatro do Museu Nacional da República e relembrou o "Love, Love, Love" de Pelé em evento com ministros de Lula e artistas como Fafá de Belém.
"Estávamos tristes, com medo de perseguidos e algumas vezes humilhados. Mas agora abrimos mais uma vez os olhos para este encanto único que é o Brasil, nossa casa que estava sendo demolida de dentro para fora, a partir da sua alma, que é a cultura", disse ela.
"Quem extinguiu o MinC sabe da nossa importância. Combate-se a cultura quando se quer um país calado, obediente", disse. "Houve resistência e ninguém soltou a mão de ninguém", afirmou ainda, ao lembrar o impacto tanto da pandemia quanto do governo de Jair Bolsonaro para o setor.
Além de assinar o termo de posse, ela ainda anunciou nomes que vão compor o ministério —Márcio Tavares na secretaria-executiva, Roberta Martins em comitês de cultura, Fabiano Piúba em formação, livro e leitura, Zulu Araújo em cidadania e diversidade cultural, Henilton Menezes em fomento e economia da cultura, Joelma Gonzaga no audiovisual, Marcos Souza em direitos autorais e intelectuais, Maria Marighella na Funarte e Marco Lucchesi na Biblioteca Nacional.
Menezes agradeceu parlamentares que puseram de pé as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, e relembrou a morte dos dois artistas que deram nome aos mecanismos de incentivo ao setor.
Ela também afirmou que o caminho que ela trilha na reconstrução do ministério é fruto do trabalho de Gilberto Gil e Juca Ferreira à frente da pasta nos governos de Lula. "Vencemos. O MinC está de volta. O Brasil que queremos está de volta", disse.
A primeira-dama Janja também participou do evento e anunciou que a pintura "Orixás", de Djanira, vai voltar ao Salão Nobre do Palácio do Planalto, de onde foi tirada pelo governo Bolsonaro.
"A posse tem um significado simbólico muito grande para o governo do presidente Lula", disse ela ainda, que também afirmou que o futuro secretário-executivo, Márcio Tavares, indicado por ela, fará uma grande gestão.
O evento aconteceu no museu que recebe a exposição "Brasil Futuro: As Formas da Democracia". Ela é parte da programação cultural da posse do presidente Lula, que teve ainda uma série de shows no dia 1º de janeiro com nomes como Pabllo Vittar, Martinho da Vila e Chico César.
A própria Menezes participou do show de BaianaSystem, e em seu primeiro ato público no governo atual cantou a emblemática "Faraó" e foi aplaudida pela plateia.
Após assinar a posse, a cantora foi a um palco na área externa do museu cantar e agradecer ao público, que formou uma grande fila para assistir à cerimônia. Minutos antes de o evento acontecer, a fila dobrava a esquina do museu, e grupos gritavam "deixa o povo entrar" na tentativa de participar do evento, que já estava lotado.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.