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Coleção Folha traz Vermeer e a arte dos seus interiores e de uma sociedade letrada

Autor de 'Moça com Brinco de Pérola' pode ter usado a câmera escura em pequeno mas valioso acervo de pinturas

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São Paulo

Não há desenhos nem gravuras na obra de Johannes Vermeer, cujo acervo conhecido, até hoje, é constituído por apenas 36 pinturas. A produção do artista holandês, que se tornou conhecido por composições de cenas cotidianas, é tema do 11º volume da Coleção Folha Grandes Pintores.

Em "O Pintor da Intimidade", no entanto, além das telas que retratam momentos de sedução ou mulheres no papel de esposas e mães, há espaço também para as pinturas históricas que marcaram o início da trajetória do artista.

A tela 'Moça com Brinco de Pérola', de Johannes Vermeer - Royal Picture Gallery Mauritshuis/Bloomberg

Entre 1653 e 1656, por exemplo, Vermeer realizou trabalhos de grandes dimensões, com personagens retratadas em tamanho natural a partir de temas mitológicos e religiosos. É o caso de "Diana e Suas Ninfas" e "Cristo na Casa de Marta e Maria", duas pinturas que, por muito tempo, foram atribuídas a "Jan van der Meer de Utrecht".

Numa época na qual os temas religiosos começaram a ser abandonados por influência da ideologia calvinista, telas que enfatizam momentos de sedução passaram a ganhar cada vez mais espaço. "Jovem com Copo de Vinho", finalizada em 1658 e 1659, e "A Alcoviteira", de 1657, na qual uma intermediária vende os serviços de uma prostituta, são representativas deste período.

A obra em óleo sobre tela 'A Garota com a Taça de Vinho', do pintor holandês Johannes Vermeer - Divulgação

A correspondência, um dos motivos principais dos Países Baixos no século 17, com pessoas que escrevem, leem ou recebem cartas, também aparece nas pinceladas do pintor holandês. Mas, para além da temática —que representa bem a sociedade alfabetizada—, a pintura "Moça Lendo Uma Carta na Janela", realizada entre 1657 e 1659, com o reflexo da jovem na vidraça, mostra outro aspecto da obra do artista –suas janelas nunca são vistas de frente e aparecem sempre lateralmente.

Embora pouco se saiba sobre os métodos empregados por Vermeer, a maneira como dispõe seus personagens e a forma como distribui os elementos que compõem as telas indicam que ele pode ter recorrido ao uso de uma câmera escura, instrumento óptico usado na época por outros pintores.

A hipótese, levantada pelo gravurista americano Joseph Pennell no fim do século 19, se deve ao fato de que várias pinturas apresentam apenas parte dos objetos em foco, como uma fotografia que não focaliza o todo.

Ao se deter sobre a pintura do artista que está entre as mais populares do mundo, "Moça com Brinco de Pérola", de 1665, a coleção apresenta outra tela menos conhecida, mas de formato quase idêntico. "Retrato de Uma Jovem", realizada entre 1665 e 1667, traz uma mulher com pose e olhar muito semelhante àquela que também é conhecida como a "Mona Lisa holandesa".

Apesar do reconhecimento, com sua morte repentina em 1675, aos 43 anos, Vermeer deixou 11 filhos e uma quantidade enorme de dívidas. Foi na tentativa de quitar o saldo que Catharina Bolnes, sua mulher, entregou duas obras a Hendrick van Buyten, um dos homens mais ricos da cidade de Delft. Com elas, conseguiu um valor equivalente a dois anos de trabalho de um bom artesão.


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