O ciclo Fronteiras do Pensamento volta a acontecer presencialmente a partir de agosto, mas, alinhado a uma edição com a tecnologia como principal eixo, terá também uma forte presença online.
Como é sua tradição, o evento traz ao Brasil alguns dos principais nomes da intelectualidade mundial, e este ano virão os americanos Steven Johnson e Stuart Firestein e os franceses Luc Ferry, Frédéric Martel e Élisabeth Roudinesco.
Os brasileiros Marcelo Gleiser e Natália Pasternak também participam do ciclo principal de conferências presenciais, ela ao lado de Firestein, autor de "Ignorância - Como Ela Impulsiona a Ciência".
Além dessas seis conferências, que acontecem em São Paulo e Porto Alegre, haverá outras seis virtuais, com participação de nomes como o neurocientista Sidarta Ribeiro, a geneticista Mayana Zatz, a psicanalista Maria Homem, o jornalista Jorge Caldeira e a escritora Martha Gabriel.
Já a partir desta quarta, 18, o debate que abre o ciclo deste ano reúne a escritora Gabriel com o colunista Ronaldo Lemos, que escreve sobre tecnologia neste jornal, e o curador Fernando Schüler numa conversa online e gratuita a partir das 20h no site do Fronteiras.
As palestras deste ciclo se dedicarão a discutir os efeitos sociais, políticos e comportamentais das novas tecnologias, pensando como afetaram o debate público e qual horizonte elas anunciam.
Uma frase de Luc Ferry, filósofo que volta ao Fronteiras em agosto após participar da edição de três anos atrás, foi o primeiro gatilho para a curadoria deste ano, segundo Schüler. "A terceira revolução industrial terá um impacto em nossas vidas, nas próximas três ou quatro décadas, maior do que toda a evolução tecnológica anterior."
Assim, os debates terão viés muito mais social do que técnico. Steven Johnson é professor da Universidade de Nova York e um dos principais pensadores da inovação em atividade. Seus livros, como "De Onde Vêm as Boas Ideias" e "Como Chegamos Até Aqui", discutem a evolução tecnológica de forma acessível.
O mesmo vale para Firestein e Pasternak, autores bem versados em divulgação científica, que abrem o ciclo presencial em agosto, três meses antes de Gleiser, raro autor de best-sellers brasileiros sobre ciência.
Já os franceses Martel e Roudinesco, que falam respectivamente em agosto e outubro, pensam a sociabilidade e a cultura no ambiente virtual. A psicanalista, aliás, acaba de lançar "O Eu Soberano", em que discute a chamada política identitária.
A abertura do Palco Fronteiras, nesta quarta, é um bate-papo entre Lemos e Gabriel —que é engenheira com doutorado em artes e autora de "Eu, Você e os Robôs"— sobre inovações tecnológicas contemporâneas.
O colunista da Folha defende, por exemplo, a necessidade de o Brasil passar a integrar a economia mundial do conhecimento, investindo em desenvolvimento científico, e que a evolução da tecnologia e das mídias sociais fez com que entrássemos na "era da ansiedade".
Já a escritora argumenta que as empresas ampliaram tanto seu escopo e se tornaram tão capilarizadas que levaram a uma especialização de tal nível que poucos presidentes são capazes de entender a fundo a tecnologia de suas próprias empresas.
A segunda edição gratuita do Palco Fronteiras acontece em 20 de junho, numa conversa entre os psicólogos Christian Dunker e Maria Homem —também colunista deste jornal— sobre tecnologia e psicanálise.
Veja a programação completa em São Paulo:
8 de agosto – Stuart Firestein e Natália Pasternak
29 de agosto – Frédéric Martel
12 de setembro – Steven Johnson
19 de setembro – Luc Ferry
17 de outubro – Elisabeth Roudinesco
7 de novembro – Marcelo Gleiser
Palco Fronteiras
Palestras abertas e gratuitas no site do Fronteiras do Pensamento às 20h:
18 de maio – Ronaldo Lemos e Martha Gabriel
20 de junho – Maria Homem e Christian Dunker
Conferências online
8 de agosto
Mayana Zatz
Jorge Caldeira
Sidarta Ribeiro
22 de agosto
Maria Homem
Martha Gabriel
Rodrigo Petrônio
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