Mario Frias, o ex-secretário especial da Cultura, e diversas outras redes bolsonaristas estão divulgando um vídeo no qual Daniela Mercury afirma que nunca ganhou dinheiro de governo qualquer.
Uma consulta ao site da Lei Rouanet mostra que em 2015 e 2016 ela captou R$ 270 mil para a gravação de um disco. O valor total aprovado para captação era de R$ 277 mil. É importante fazer uma diferenciação. A Lei Rouanet, que existe há mais de 30 anos, é um mecanismo de Estado, não de um governo específico.
Frias tem usado a captação de verbas de artistas do campo progressista pela Rouanet para atacar esses nomes, mas usar o mecanismo não significa trabalhar para um governo, e sim usufruir de uma lei.
A assessoria da cantora afirmou que a verba captada não é governamental, por vir de empresas privadas. No entanto, o dinheiro para projetos da Rouanet é verba pública, obtida por meio da renúncia fiscal de impostos devidos pelas empresas. A diferença é que esse dinheiro não é patrocínio direto do governo, como no caso de editais.
A cantora está no meio de uma polêmica nesta semana por ter recebido dinheiro da Prefeitura de São Paulo para a realização de um show em evento pró-Lula.
O projeto da Rouanet previa um disco a "ser gravado em estúdio, mesclando composições autorais, criadas especialmente para o projeto, com a parceria de novos talentos e a releitura de grandes clássicos da MPB".
Há nove anos, Daniela Mercury também inscreveu na Rouanet um projeto para dez shows acústicos, mas este não captou nada do R$ 1,8 milhão que tinha sido aprovado para captação.
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