No dia em que chega ao fim o mandato de Alex Braga Muniz no cargo de diretor-presidente substituto da Agência Nacional do Cinema, o governo Bolsonaro já decidiu quem será o novo substituto.
O escolhido é Mauro Gonçalves de Souza, ex-assessor do deputado estadual Felippe Poubel, do PSL do Rio de Janeiro.
Alex Braga deve voltar ao cargo de diretor-presidente em outubro, de forma efetiva, para um mandato de cinco anos. Braga foi nomeado como um dos integrantes da diretoria colegiada da Ancine em 2017, por Michel Temer. Ele assumiu interinamente a presidência após o afastamento de Christian de Castro —acusado pelo Ministério Público Federal de calúnia, difamação, prevaricação e associação criminosa para favorecer a candidatura dele à presidência da instituição.
Braga não assume a presidência já em maio porque a vaga que ocupará, que era de Christian de Castro, teria mandato finalizado somente em outubro.
A diretoria colegiada ainda é composta do servidor de carreira Vinicius Clay e por Edilásio Barra, o Tutuca, pastor e colunista social.
Mauro Gonçalves de Souza é formado em direito pela Universidade Estácio de Sá de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Começou a carreira profissional como estagiário e posteriormente assessor jurídico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em Búzios. Atuou como advogado num escritório de Cabo Frio por cerca de três anos e, de acordo com seu currículo que consta no sistema da Ancine, foi procurador jurídico em Búzios e produrador-geral em Casimirio de Abreu, interior do Rio de Janeiro, uma cidade de 45 mil habitantes.
Em 2018, assumiu o cargo de assessor legislativo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, atuando no gabinete do bolsonarista Felippe Poubel, do PSL.
O parlamentar com quem o novo diretor-presidente da Ancine trabalhava se define como direitista, armamentista e antiesquerda.
Em maio do ano passado, Poubel invadiu, acompanhado por seguranças armados, as instalações do hospital de campanha para o combate ao coronavírus no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, alegando ter prerrogativa legal para a fiscalização surpresa. “Eu ia ser calmo, brando, nessa fiscalização. Agora, vou tocar o terror”, disse o bolsonarista na ocasião.
Em 2019, sem experiência no setor cultural ou no audiovisual, Souza foi nomeado para o cargo de superintendente de registro na Ancine, em portaria assinada por Jair Bolsonaro.
A Superintendência de Registro tem entre as atribuições a de classificar as obras audiovisuais, para fins de cumprimento das obrigações de veiculação e exibição de conteúdo audiovisual, verificando casos de não incidência, redução e isenção da Condecine, taxa destinada ao subsídio de produções ligadas à indústria do audiovisual. Cabe ao superintendente, também, registrar as obras audiovisuais e os contratos pertinentes à indústria audiovisual brasileira. Ele ainda atesta a nacionalidade das obras audiovisuais brasileiras.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.