Nesta semana, o El Museo del Barrio, em Nova York, cancelou uma grande retrospectiva que faria de Alejandro Jodorowsky por conta do reaparecimento de uma frase dos anos 1970 do artista chileno em que ele dizia ter estuprado uma colega.
O museu disse em declaração, na segunda (4), que a decisão de cancelar a mostra foi tomada depois da análise de declaração de Jodorowsky "sobre um ato de violência sexual por ele perpetrado" durante as filmagens de "El Topo".
O estupro teria ocorrido durante as filmagens de "El Topo" (1970) e estaria descrito no livro de 1972 "El Topo: A Book of the Film". Ali, Jodorowsky escreve: "Eu a estuprei. E ela gritou".
Nesta quinta (7), o artista veio a público para explicar a situação. Em declaração à revista Artforum, ele diz que o caso não passou de uma estratégia de publicidade.
"Essas palavras 'eu estuprei minha atriz' foram ditas 50 anos atrás pelo El Topo, um bandido vestido em couro preto que ninguém sabia quem era. Eram palavras, não fatos, publicidade surrealista para entrar no mundo do cinema numa posição de obscuridade. Eu não aprovo o estupro, mas explorei o valor de choque de uma frase naquele momento, seguido por anos de movimento panico [formado também por Fernando Arrabal e Roland Topor] e outras interações de choque para motivar liberação de energia", disse ele.
"Eu reconheço que minha declaração é problemática porque tem a violência fictícia contra uma mulher como ferramenta de exposição, e, agora, 50 anos depois, eu lamento que esteja sendo lida como verdade. Minha prática é centrada na cura e no amor. Eu convido ao diálogo pelo espírito do progresso", completou.
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