A mais marcante das fortes personagens femininas que dominam a filmografia do alemão Max Ophüls é uma jovem apaixonada e obcecada por um pianista famoso que mal se lembra dela.
Esmiuçadas em uma carta, as dores e frustrações desse amor não correspondido são o centro de "Carta de uma Desconhecida", tema do 29º volume da Coleção Folha, nas bancas em 10 de fevereiro.
A obra-prima de Ophüls, que não se furta a tomar o partido da mulher, faz parte da fase americana do diretor —ele escapou do nazismo tal qual Stefan Zweig, autor do romance homônimo adaptado no longa.
Seus 23 filmes, produzidos entre 1932 e 1955, refletem sobre a consciência feminina, a sociedade enquanto espetáculo, os valores burgueses e aristocráticos e as opressivas normas sociais. As aparências são ao mesmo tempo belas e enganosas.
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