A partir de que momento piada sobre o nazismo poderiam ser feitas? Em 1942, com o avanço do regime autoritário de Adolf Hitler, aquele parecia um péssimo instante para rir do assunto, mas o diretor Ernst Lubitsch e o roteirista Edwin Justus Mayer pensavam o oposto.
"Ser Ou Não Ser" transcorre como uma sátira antinazista de espionagem na Polônia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. Buscavam com o deboche e a sutileza informar o espectador, e não enchê-los de piadas de mau gosto. Ainda assim sofreu diversas reprimendas públicas.
O longa é apresentado ao leitor no 22º volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, nas bancas no domingo (23). A edição traz um DVD e um livro com análises do método de Lubitsch, morto aos 55 anos, em 1947, que planejava e ensaiava todos os conteúdos das as cenas antes de começar a filmagem.
Em "Ser ou Não Ser", um grupo de atores pretende escapar da Polônia a partir de um conflito falso com Hitler em que todos se disfarçam de oficiais. Para isso, o diretor alemão se vale da experiência de ter sido ator na companhia do encenador Max Reinhardt (1873-1943).
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.