“Mulheres da Noite” narra o reencontro das irmãs Fusako, uma viúva de guerra, e Natsuko, envolvida com um contrabandista. Em clichês cinematográficos, a união traria a proximidade familiar, mas com Kenji Mizoguchi ela se transforma em miséria.
O longa de 1948, apresentado ao leitor no 24º volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, que chega às bancas em 6 de janeiro, retrata as duas tentando sobreviver à penúria do pós-Guerra e ao moralismo da época.
Mizoguchi, um dos maiores diretores japoneses, morreu em 1956, aos 58 anos. Multifacetado, era minucioso e exigia precisão da equipe técnica e dos atores, o que frequentemente resultava em um
tenso set de filmagens.
A compaixão pelas mulheres oprimidas o levou a ser rotulado como feminista. Inspirado também no neorrealismo italiano, o diretor se empenhou em retratar os sofrimentos de mulheres à margem da sociedade, como gueixas e prostitutas de rua.
Mizoguchi também expôs a hipocrisia e a exploração do mundo masculino em mais de cem obras, que narram desde o Japão feudal até o moderno e devastado pela guerra.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.