A epopeia do homem comum “Ladrões de Bicicleta” é um dos principais exemplares do neorrealismo italiano, que levou o cinema para além do escapismo das massas ao oferecer algo com que a maioria da gente também comum na plateia pudesse se identificar.
O longa de Vittorio De Sica, pioneiro em 1950 na tradição do Oscar de premiar o melhor filme estrangeiro, é tema do oitavo volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema. A edição chega às bancas em 16/9 com um DVD e um livro com ficha técnica e análises.
Em “Ladrões de Bicicleta”, o cenário é a Itália destruída no pós-guerra.
O protagonista, o operário Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), finalmente consegue um emprego —na prefeitura como colocador de cartazes—, porém ter uma bicicleta é um dos pré-requisitos.
Maria (Lianella Carell), sua esposa, empenha os melhores lençóis de casa a fim de resgatar a bicicleta penhorada anteriormente.
Mas, no primeiro dia de trabalho, o veículo é furtado, e Ricci e seu filho Bruno (interpretado por Enzo Staiola) varam a cidade atrás dela.
A esperança de um futuro melhor é o que move o protagonista em sua busca incansável, que acaba por alimentar a relação entre pai e filho e dar rosto àqueles que fazem coisas inimagináveis frente ao desespero.
O título firmou De Sica, morto aos 73 anos em 1974, como o terceiro pilar da escola neorrealista, na companhia de Roberto Rossellini (1906-77) e Luchino Visconti (1906-76).
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