Um paradoxo está entre as inspirações da edição 2018 da série Fronteiras do Pensamento, que começou na segunda (14) em Porto Alegre com a atriz e escritora Fernanda Torres e o artista plástico Vik Muniz. Eles retomam a conferência nesta quarta (16), às 20h30, no Teatro Santander, em São Paulo.
Vivemos uma crise do excesso, nas palavras do curador do Fronteiras e professor do Insper, Fernando Schüler, ao comentar o tema deste ano, “O Mundo em Desacordo”. De acordo com ele, há abundância de informações e grande número de demandas de movimentos identitários. No entanto, essa hiperparticipação no debate público não tem levado a um aprimoramento da democracia, como se poderia acreditar.
Pelo contrário, prevalece um declínio da qualidade dos sistemas democráticos. “O excesso de informações e de retórica provoca uma sensação de caos, e daí surge a sedução do apelo autoritário”, afirma Schüler.
Segundo o curador, o Fronteiras pretende discutir os limites da democracia e compreender a nova realidade das guerras culturais, conflitos em torno de temas morais abrangentes que, muitas vezes, nascem nas redes sociais e ganham corpo em protestos nas ruas.
Fernanda Torres e Vik Muniz vão abordar o papel da arte em meio à guerra cultural brasileira em debates que tendem a ser informais, de acordo com Schüler.
Depois deles, participam da série neste semestre em São Paulo o psicólogo e filósofo americano Joshua Greene (30/5) e a escritora franco-marroquina Leïla Slimani (20/6). Nos meses seguintes, as atrações são a crítica de arte francesa Catherine Millet (4/7), o médico e escritor indiano Siddhartha Mukherjee (5/9) e o artista chinês Ai Weiwei (10/10).
Na reta final, há dois convidados em cada conferência. No dia 24/10, os escritores Javier Cercas (Espanha) e Alejandro Zambra (Chile) estarão juntos. Em 21/11, é a vez do cientista político Mark Lilla e do filósofo Luiz Felipe Pondé, colunista da Folha.
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