Espet�culos apresentam olhar feminino sobre o grotesco
Guga Melgar/Divulga��o | ||
Carolyna Aguiar, Luisa Thir� e Priscilla Rozenbaum na pe�a 'A Guerra N�o Tem Rosto de Mulher' |
Depois de cumprir seu "dever" de um casamento contra sua vontade, K�tierina Iv�novna, personagem do romance "Crime e Castigo", de Dostoi�vski, desabafa: "Eu me casei chorando e solu�ando, mas eu me casei".
Na pe�a "K.I.", do russo Daniel Gink, K�tierina vira protagonista e fala da sua condi��o: integrante de uma fam�lia abastada, � abandonada e destitu�da de tudo por perseguir uma paix�o que os familiares desaprovam.
O mon�logo, que ganha encena��o brasileira pela Cia. da Mem�ria, inaugura um projeto do grupo chamado Pentalogia do Feminino, com encena��o de cinco pe�as que trazem olhares de mulheres.
A Guerra N�o Tem Rosto De Mulher |
Svetlana Aleksi�vitch |
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O trabalho se une a outro espet�culo, tamb�m em cartaz em S�o Paulo, no retrato do olhar feminino sobre a viol�ncia e o grotesco: "A Guerra N�o Tem Rosto de Mulher" � a vers�o teatral do livro de Svetlana Aleksi�vitch, em que a escritora bielorrusa, Nobel de Literatura, re�ne relatos de mulheres sovi�ticas que lutaram na Segunda Guerra.
Marina Ten�rio, que dirige "K.I" ao lado de Ruy Cortez, diz que a ideia � rever a quest�o da mulher em diversos per�odos e classes, ressaltando essas "personagens cindidas".
"As mulheres pagavam um pre�o alto", continua Ondina Cais, que atua no mon�logo. "Ela [K�tierina] quer justi�a, liberdade, essa busca louca."
Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
Ondina Clais durante ensaio do espet�culo "K.I." na sede da Cia da Mem�ria |
A "loucura" do discurso foi o que atraiu a atriz e produtora Carolyna Aguiar � obra de Aleksi�vitch. Ela conheceu a bielorrussa na Flip (Festa Liter�ria Internacional de Paraty) do ano passado e decidiu transformar o livro em pe�a.
A atriz conta que chamou a sua aten��o "a resili�ncia dessas mulheres", que trazem relatos como "a minha vontade de viver me salvou"; ou "antes t�nhamos medo da morte, agora, da vida".
Mas, para o diretor Marcello Bosschar, os relatos de guerra e morte s�o uma forma de "valorizar a vida".
Ambas as montagens foram concebidas para diversos ambientes, de salas fechados a espa�os p�blicos.
"K.I." criou seu cen�rio a partir de uma sala da sede da Cia. da Mem�ria, em S�o Paulo. Parede e porta s�o reproduzidas numa estrutura alocada no Sesc Ipiranga, e a atriz conduz o p�blico num percurso pela unidade, remetendo � trajet�ria da protagonista.
J� "Guerra" � despida de cen�rio e p�e sua for�a no texto. As tr�s atrizes (Carolyna, Luisa Thir� e Priscilla Rozenbaum) se alternam nas vozes dessas mulheres, todas de preto, tendo apenas aux�lio da ilumina��o e da trilha sonora.
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K.I.
QUANDO sex., �s 21h30, s�b., �s 19h30, dom., �s 18h30; at� 5/11
ONDE Sesc Ipiranga, r. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000
QUANTO R$ 6 a R$ 20
CLASSIFICA��O 16 anos
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A GUERRA N�O TEM ROSTO DE MULHER
QUANDO sex. e s�b., �s 21h, dom., �s 18h; at� 17/12
ONDE Teatro Faap, r. Rua Alagoas, 903, tel. (11) 3662-7233/ 7234
QUANTO R$ 50 a R$ 60
CLASSIFICA��O 14 anos
Livraria da Folha
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