Vencedora de tr�s Oscars, Ingrid Bergman faria cem anos hoje
Depois de Greta Garbo, Hollywood n�o poderia pedir mais � Su�cia: Ingrid Bergman (1915-82) chegou aos EUA em 1939 para a refilmagem do sueco "Intermezzo" (1936) que seria confiada a Gregory Ratoff e logo caiu nas gra�as do p�blico americano.
Emplacou um tipo raro: o da mulher adulta, com muita classe, misteriosa, amb�gua o bastante para se apaixonar por um Humphrey Bogart. E foi isso que aconteceu com seu personagem em "Casablanca" (1942), que permanece, at� hoje, como seu papel mais c�lebre no cinema.
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Mais at� do que o de "� Meia-Luz" (1944), que lhe deu o seu primeiro Oscar, sob a dire��o de George Cukor. Ainda faltava muito, no entanto, para que seu talento se esgotasse.
Viria depois o trabalho com Hitchcock, que fez dela sua atriz favorita a partir de "Quando Fala o Cora��o" (1945), em que contracena com Gregory Peck. Logo em seguida viria outro sucesso, "Interl�dio" (1946). Em 1948, Bergman realizou o projeto de representar Joana d'Arc, no filme de Victor Fleming.
Silver Screen Collection/Getty Images | ||
Ingrid Bergman com seu terceiro Oscar na 47� edi��o da premia��o |
Bem mais memor�vel que "Joana d"Arc", no entanto, ser� "Sob o Signo de Capric�rnio" (1949), filme por�m de pouco apelo comercial, que marca o fim de sua primeira passagem pelo cinema americano.
Ao contr�rio de Greta Garbo, Ingrid n�o se preocupou muito de manter sua vida pessoal em segredo. Ap�s assistir a "Roma Cidade Aberta" (1945), enviou � It�lia uma carta ao diretor do filme, Roberto Rossellini, oferecendo-se para filmar com ele.
Isso Hollywood podia suportar. O problema � que, ao filmar a �spera obra-prima neorrealista "Stromboli" (1950), ela se apaixonou por Rossellini. Era demais para a Am�rica puritana suportar: Ingrid deixou o marido e a filha para ficar com o cineasta italiano, que, no mais, dera as costas a um contrato que lhe foi oferecido nos EUA por n�o aceitar que o direito � montagem final fosse do est�dio, e n�o dele.
E l� se foi Ingrid na condi��o de primeira loira impec�vel a abandonar Hitchcock (depois seria a vez de Grace Kelly). No mais, para os EUA ela n�o era mais impec�vel: ali n�o voltaria a filmar antes de se divorciar do italiano. Fez o facilmente esquec�vel "Anast�cia, a Princesa Esquecida" (1956), que lhe valeu seu segundo Oscar de melhor atriz.
Ingrid estava perdoada por suas atribula��es sentimentais, mas n�o voltaria a brilhar com a intensidade dos anos 1940, apesar do trabalho em "Estranhas Coisas de Paris" (1956), com Jean Renoir, e de ganhar um Oscar de atriz coadjuvante por "Assassinato no Oriente Express" (1974), de Sidney Lumet.
A essa altura, pouca gente reclamaria que faltava algo em sua carreira. Para ela faltava: filmar com o mestre sueco Ingmar Bergman (sem parentesco), talvez o mais c�lebre diretor de atrizes de todos os tempos, em "Sonata de Outono" (1978). Sua trajet�ria no cinema estava completa.
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