Centen�rio revigora originalidade de Marshall McLuhan
A roda � uma extens�o do p�, o livro � uma extens�o do olho; a roupa, uma extens�o da pele, e a internet, uma extens�o do c�rebro.
Artistas tecnol�gicos evocam McLuhan
O canadense Marshall McLuhan, cujo centen�rio de nascimento se comemora hoje, formulou esses axiomas h� mais de 40 anos, quando nem sinal havia da rede mundial de computadores.
Criou-a ligeiramente modificada, � verdade: usando no lugar de internet o conceito "circuita��o eletr�nica" e, no de c�rebro, "sistema nervoso central".
Gra�as �s profecias sobre o que seria a evolu��o dos meios eletr�nicos, a partir dos anos 1990 o te�rico da comunica��o saiu do limbo a que fora relegado na d�cada anterior (ap�s a euforia de sua descoberta nos 60/70), virou de novo pop e foi chamado de "santo padroeiro da internet" pela "Wired".
Divulga��o | ||
O ensa�sta canadende Marshall Herbert McLuhan |
Os cem anos anos est�o a� para ampliar a onda.
A rec�m-criada �m� Editorial relan�a "O Meio � a Massagem", livro-jogo ilustrado, publicado por McLuhan em 1967 em parceria com o designer Quentin Fiori e � �poca lan�ado tamb�m em LP.
A obra j� apontava para fen�menos atual�ssimos, como a rediscuss�o do direito autoral e revoltas populares tonificadas por redes sociais.
Como observa no posf�cio o editor e tradutor Julio Silveira, o livro "� um apelo para que as pessoas (...) compreendam que estamos entrando em um novo ambiente, deixando para tr�s a tecnologia sequencial, especializada e categorizante da imprensa e do livro, e penetrando em um novo ambiente, o de liberdade criativa e informa��o plena garantidas pela 'circuita��o eletr�nica'".
AUTISMO
Na Am�rica do Norte, foi lan�ado no fim do ano passado a biografia "You Know Nothing of My Work!" (voc� n�o sabe nada sobre a minha obra), de Douglas Coupland (o mesmo de "Gera��o X"), que incomodou parte da fam�lia de McLuhan por associar idiossincrasias do intelectual a tiques autistas.
A universidade brasileira tamb�m trata de revigor�-lo.
"McLuhan ficou muito tempo proscrito na academia. At� quem achava que o conhecia j� tinha esquecido dele", diz o fil�sofo Andre Stangl, do centro Atopos, da ECA/USP, que em maio passado organizou o semin�rio "O S�culo McLuhan".
Ele conta que acad�micos convidados para o evento tiveram de rever a obra de McLuhan e "ficaram impressionados com a atualidade".
Em novembro, a PUC-RS organiza um semin�rio internacional de comunica��o que tem o pensador canadense como tema e trar� ao Brasil Eric McLuhan, filho tido como seu herdeiro intelectual.
Na internet, � claro, encontra-se material � farta: o document�rio "McLuhan's Wake"); leituras musicais de "O Meio � a Massagem"; a p�gina oficial dos herdeiros; o perfil no Twitter das atividades brasileiras (@mcluhan100br).
E a cena de "Noivo Neur�tico, Noiva Nervosa" em que ele surge para dizer que um personagem n�o conhece nada do trabalho dele.
Coincidentemente, acontecem em S�o Paulo tr�s mostras de arte que, ao expandir os limites da linguagem eletr�nica, revelam a abrang�ncia das ideias do canadense.
E como ele estaria nesse ambiente que vaticinou: seria blogueiro, usaria Twitter, estaria no Facebook?
"Marshall n�o tinha paci�ncia para min�cias. Certamente n�o blogaria nem tuitaria pessoalmente, provavelmente teria algu�m para fazer isso por ele. Facebook? Voc� deve estar brincando", disse � Folha Michael McLuhan, filho do intelectual.
TROCADILHO
Para alguns, McLuhan fez de prop�sito, mas, segundo a fam�lia do canadense, o t�tulo da obra relan�ada agora no Brasil deve-se a um erro tipogr�fico: "The Medium Is The Message" [o meio � a mensagem] saiu da gr�fica como "The Medium Is The Massage" [massagem]. McLuhan gostou e deixou como estava.
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